Pedro Ruas ingressa no PSOL

Foi também secretário de obras no governo Olívio Dutra, único a deixar o cargo quando o PDT rompeu com o governo, os outros secretários, à época filiados ao PDT, preferiram deixar o partido e permanecer nos cargos.

Ao explicar sua decisão de mudar de partido, Ruas afirmou: "o PSOL é o único partido no qual identifico disposição para fazer política de uma forma diferente, unindo os movimentos sindical, estudantil e comunitário".

O PSOL realizará um Ato de boas-vindas ao companheiro Pedro Ruas, em Porto Alegre, no dia 5 de setembro, 18h30, no auditório do Instituto de Educação.

"A vinda de Pedro ruas para o PSOL nos orgulha imensamente pois ele tem uma trajatória coerente com as melhores tradições do trabalhismo autêntico", declarou a senadora Heloísa Helena (AL), presidente nacional do PSOL.

Segundo a deputada federal Luciana Genro (PSOL-RS), "o Ruas faz política por idéias, nunca se vendeu por cargos ou prestígio e sempre teve uma postura de esquerda. Com certeza ele vai cumprir um importante papel na consolidação do PSOL como uma alternativa de esquerda para o Brasil".

A vinda de Pedro Ruas é uma vitória para o PSOL e reafirma a necessidade de um projeto novo, que congregue o que há de melhor na esquerda do Rio Grande do Sul e do Brasil. "Pedro Ruas representa a tradição da legalidade e do trabalhismo mais legítimo e combativo e isto é fundamental para o PSOL", assevera Roberto Robaina, presidente do PSOL-RS.

Na última quarta 24, Luciana falou, no plenário da Câmara, sobre a vinda de Pedro o Ruas para o PSOL. Leia pronunciamento a seguir:

Sr. Presidente, Srs Deputados, Deputadas

É com enorme satisfação que venho a este plenário anunciar o ingresso no P-SOL do advogado trabalhista e fundador do PDT no Rio Grande do Sul, Pedro Ruas. Com um extenso currículo em defesa dos trabalhadores, como advogado, militante, vereador por 3 mandatos e dirigente partidário, ele vem agora reforçar as fileiras do PSOL com sua experiência e firmeza política , trazendo consigo a bagagem de quem dentro do PDT por 26 anos nunca abriu mão de lutar pelo trabalhismo autêntico, de esquerda, comprometido na defesa dos interesses do povo e da soberania nacional.

Pedro Ruas sempre fez política por idéias e nunca trocou seus ideais por cargos. Uma atitude rara na política. Foi sempre muito fiel ao trabalhismo. Quando assumiu em nome do partido o cargo de Secretário de Obras do governo Olívio Dutra, na coalizão do PDT com o PT, foi o único representante do partido a deixar o cargo quando o PDT deixou o governo petista. Outros líderes históricos do pedetismo gaúcho deixaram-se seduzir e foram para o PT, preservando seus cargos no governo. Em 2002 Ruas assumiu a Presidência Estadual do PDT no Rio Grande do Sul e mais uma vez soube colocar seus ideais acima dos cargos que ocupava. Recusou-se a apoiar o ex governador e expoente maior do neoliberalismo no Estado, Antônio Britto, para governador do Estado e foi afastado da presidência do partido.

Sabemos que para o Pedro não foi fácil esta decisão. Romper com o partido que fundou e dirigiu desde a Juventude Socialista, passando pelo diretório estadual, nacional, e pela presidência do partido em 2002 e no qual fez muitos amigos e no qual privou da confiança de seu líder maior, Leonel Brizola, ao ponto de ser por ele indicado como representante do partido na Internacional Socialista. Estes laços e vínculos, políticos e afetivos, fazem da vinda do Pedro Ruas para o PSOL um evento ainda mais importante. Ele vem com a convicção de que é necessário construir o novo, superar as velhas estruturas que já não mais respondem às necessidades políticas do momento. Vem trazer para o PSOL o melhor da tradição trabalhista, herdeira da luta pela legalidade com Brizola, herdeira da luta em defesa dos direitos dos trabalhadores, hoje cada vez mais vilipendiados pelos governos neoliberais.

Neste momento de crise política do país, em que o PT, partido que concentrou as esperanças de mudanças está em ruínas, está morto enquanto instrumento de mudanças, o povo busca uma nova alternativa. Nenhum dos velhos partidos pode cumprir este papel de renovador das esperanças. Não de falsas esperanças, mas das verdadeiras, daquelas ancoradas na certeza de que a classe trabalhadora tem força para mudar os rumos do país, para decidir seu destino a partir de sua própria mobilização. A vinda de Pedro Ruas para o partido reforça a nossa certeza de que o P-SOL pode ser esta nova luz, esta nova trincheira de luta, esta nova resposta à realidade brasileira cada dia mais radicalmente desigual, com estruturas cuja podridão está exposta a olho nú. Acredito que como ele, outros ainda virão. Bem vindo Pedro Ruas e bem vindos todos aqueles que querem somar-se nesta reconstrução da esquerda socialista.

Luciana Genro

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