Luanda: Presidente angolano pede o diálogo em Guiné-Bissau

Na Cimeira dos cinco países dos PALOPs (Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe) em Luanda na sexta-feira, o Presidente angolano referiu ao processo de paz neste país durante o último ano e considerou que Kumba Ialá poderia fazer mais para impedir as tensões políticas no seu país.

“Tal como nós temos feito, a Guiné-Bissau pode encontrar na via de diálogo e da concertação política a melhor saída para a resolução dos seus problemas, num quadro de convivência política e tolerante, no respeito pelas regras de um Estado democrático de direito”, disse José Eduardo dos Santos à imprensa em Luanda na ocasião da cimeira.

Fradique de Menezes, o Presidente de São Tomé e Príncipe, referiu à plataforma de diálogo criado em Guiné-Bissau “com a assinatura do memorando de entendimento entre o Presidente da República e a Assembleia Nacional, proporcionou uma plataforma ideal para se desenharem novos contornos no relacionamento entre os órgãos de soberania, no quadro de respeito mútuo e da lealdade constitucional”.

Por sua vez, o Presidente de Guiné-Bissau, Kumba Ialá, fez referência ao processo eleitoral antecipado: “Brevemente iremos realizar eleições legislativas antecipadas, pelo que apelamos aos nossos irmãos africanos para que, em conjugação com os esforços dos demais parceiros internacionais”.

“Brevemente” é a palavra mais interessante. A data prevista era dia 20 de Abril mas agora fala-se em Junho, Julho ou até Outubro. Relativamente a estas eleições, o partido que parece melhor posicionado para ganhar é o PAIGC, terceira formação maior depois do PRS de Kumba Ialá (governo) e o RGB.

O agrupamento político encabeçado pelo PAIGC de Carlos Gomes Júnior inclui sensivelmente a Plataforma Unida Mufunessa – Grande Guiné – liderado por Hélder Vaz, e a União para a Mudança, liderada por Amine Saad. O ex-Primeiro Ministro Fransisco Fadul poderá também juntar-se a este agrupamento.

Kumba Ialá já demitiu três primeiros-ministros em três anos (Alamara Nhassé, Caetano Intchama e Faustino Imbali), sinal da grande inquietação na Guiné-Bissau. Kumba Ialá tem-se mostrado incapaz de melhorar o nível de vida dos guineenses, o país está perto da bancarrota e o seu projecto falhou.

Por muito que tentou, Kumba Ialá não tem estofo para ser presidente da Guiné-Bissau. Siga o próximo, que saiba dialogar para resolvermos juntos os problemas do país, não queremos uma hegemonia dum protagonista, que agora passa a vida a falar mal dos citadinos. Quando um Presidente se radicaliza assim, é sinal que passou a presidente, com P pequeníssimo.

Djibril MUSSA PRAVDA.Ru GUINÉ-BISSAU

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