Rússia: Papel da mulher angolana nos 30 anos de independência abordado em colóquio

“O papel da mulher angolana nos 30 anos de independência” foi o tema de um colóquio realizado, na Biblioteca de Literatura Estrangeira, em Moscovo, no âmbito da Semana Março-Mulher, organizada pela Embaixada de Angola na Rússia em alusão aos dias dois e oito de Março.

No evento, presidido pelo Embaixador de Angola na Rússia, Roberto Leal Monteiro, foram apresentadas comunicações da escritora Chô do Guri, da artista plástica Fineza Teta, da realizadora Maria João Ganga (lida pela actriz Pulquéria Bastos), da embaixatriz Palmira Monteiro, da médica Ludovina Zélia, da jurista Justina de Almeida Bragança, e das especialistas russas Olga Sukhova, Svetlana Stulova, Olga Myaeots e Olga Shub.

Na sua comunicação intitulada “A Mulher angolana na arte literária nos trinta anos de Independência (1976-2005)“, a escritora Chô do Guri revela que, “apesar do número cada vez mais crescente de mulheres que escrevem, continua a perpetuar o número de homens que fazem da escrita, arte”.

Ao abordar o tema “A mulher angolana – trajectórias de luta e de glória“, a embaixatriz Palmira Monteiro, destacou as páginas de luta e de glória das mulheres angolanas, como Kimpa Vita e Nzinga Mbandi, exemplos da resistência do povo angolano à invasão estrangeira, e Deolinda Rodrigues, Lucrécia Paim, Teresa, Irene Cohen e Engrácia, heroínas da luta de libertação do século XX.

A oradora sublinhou que a presença no colóquio internacional de "uma delegação de mulheres, pertencentes ao campo das letras e das artes, prova que a mulher angolana desempenha um papel activo no desenvolvimento da nossa sociedade projectadas para um futuro de Paz, Progresso e Felicidade".

No decurso do fórum, registou-se ampla discussão em torno da comunicação da jurista Justina de Almeida Bragança intitulada “Defesa dos direitos da mulher – uma questão cada vez mais actual” (lida por Aríete Ginga).

Justina de Almeida Bragança que é igualmente a Secretária Executiva da Organização da Mulher Angolana (OMA) na Federação da Rússia, realça que o desenvolvimento integral de qualquer país, do seu bem estar é impossível sem uma participação mais efectiva das mulheres, em pé de igualdade com os homens, em todas as áreas da vida da sociedade. No seu entender esta é uma questão que implica um empenho inadiável, uma conjugação de esforços monumentais, enfim, uma aposta das instituições do Estado, das organizações não governamentais, das mulheres e dos homens de todos os países”.

Discorrendo sobre o tema “A mulher angolana e o seu desenvolvimento nas artes”, a artista plástica Fineza Teta, referiu que “Angola até hoje é uma rocha na qual a mulher angolana não se cansa de deixar patente as suas expressões culturais”.

A realizadora Maria João Ganga, na sua comunicação “Cinema angolano, um olhar para o futuro“ (lida pela actriz Pulquéria Bastos) focaliza que “falar de cinema em Angola é falar do renascer de um sonho. Apesar do colapso da actividade cinematográfica a partir do ano de 1985, hoje, podemos sentir que surge uma nova dinâmica na realização e na produção de cinema angolano”.

A médica Ludovina Zélia debruçou-se sobre “O contributo da mulher na prevenção de doenças infecciosas em Angola“, concluindo que a mulher angolana “sempre desempenhou um grande papel na luta contra as doenças infecciosas. Neste processo, as mulheres vêm exercendo um grande papel de modo firme e disciplinado no sentido de erradicarem estas doenças”.

A parte final do colóquio foi marcada pelo lançamento do livro "Bairro Operário, a Minha História”, da escritora Chô do Guri.

Ao apresentar a obra, o conselheiro da Embaixada de Angola na Rússia, Francisco Mateta, afirmou que a mesma “retrata aspectos sociais e sociológicos de um tempo de todos os tempos de um bairro com história e tradição e que é referência para um espectro amplo de cidadãos do País”. Tó Bragança Adido Cultural Embaixada da República de Angola Moscovo

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