Opinião: A diplomacia vai mal

Os episódios desagradáveis que envolvem o ex-presidente Manuel Zelaya, que se encontra na embaixada brasileira em Tegucigalpa, Honduras, estão criando um clima nunca visto antes na diplomacia brasileira.

Asilo político sempre demos, é tradição brasileira. Mas barganhas políticas é inovação nociva do governo brasileiro. Não nos interessa nada se Zelaya é o detentor legítimo da presidência.

Nossa política internacional foi sempre, e deve continuar assim, pelo princípio de autodeterminação dos povos. Caso Zelaya tivesse pedido asilo político, o caso seria outro. Mas não. Simplesmente ele aparece na embaixada e é recebido, não formaliza o pedido.

Diplomacia é assunto sério, não se pode fazer jogo político dela. Celso Amorim, Ministro das Relações Exteriores, está provando que não tem competência para ocupar o cargo. Já insinuou, inclusive, o envio de tropa brasileira, num gesto típico de agressividade, quando sua função é exatamente a contrária. Esta ameaça não encontra o apoio dos países desenvolvidos, num momento importante para o Brasil, que luta para fazer parte do Conselho de Segurança da ONU. Foi profundamente agressivo, totalmente contrário aos prin cípios que sempre regeram o Itamaraty.

Cercaram a embaixada? Normal, todos fazem isto. Como cortar água e luz. Cabe aos diplomatas brasileiros uma solução urgente, que não é tomada. Por outro lado, Zelaya fica como nosso hóspede, sem pedir asilo.

É a primeira vez que passamos por um fato como este. Proteção sim!

Barganhas políticas, nunca! Infelizmente, a diplomacia brasileira passa pelos seus piores momentos.

Enquanto isso, Lula e Obama já preparam as futuras reeleições. A famosa mosca azul tem picada feroz. O poder acima de tudo!

Lastimável.

Jorge Cortás Sader Filho

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