MLST distribui material de construção em Ribeirão

Jucimara de Pauda

O Movimento de Libertação dos Trabalhadores Rurais Sem-Terras distribuiu ontem R$ 1,120 milhão em materiais de construção para 160 famílias do assentamento Santo Dias da Silva, que fica na fazenda da Barra, em Ribeirão Preto.

O kit construção é composto de 3.100 tijolos, 130 canaletas de concreto, tanque, pia, vaso sanitário, telhas de amianto, laje e 10 barras de ferro. Cada assentado tem direito a R$ 7 mil para a construção de uma casa. Segundo Marcos Praxedes, da direção nacional do MLST, foram economizados 40% dos recursos disponibilizados pelo governo federal porque o material foi comprado direto de fábricas em Franca, São José do Rio Preto e Minas Gerais.

“Pesquisamos em toda a região quem faria para a gente o melhor preço e conseguimos economizar um valor que deu para colocar laje e melhorar a moradia”, afirmou Praxedes. Segundo ele, a escolha das fábricas para o fornecimento de material levou em conta três fatores: qualidade, material de primeira linha, os preços, e a forma de pagamento. “Escolhemos também empresa grande porque quem nos vendeu sabia que teria que esperar trinta dias até o governo depositar o dinheiro para pagar o material. São recursos federais que demoram a ser liberados”, afirmou.

Agora, os integrantes do movimento já começaram a construir as casas em regime de mutirão. A planta já existe e prevê uma construção de 42 metros quadrados. São dois quartos, sala, cozinha e banheiro. “Temos mestres de obra, engenheiros e pedreiros que nos ajudam e orientam”, afirmou Praxedes.

Ocupada por sem-terra há quatro anos, a fazenda da Barra, com cerca de 1.538 hectares, foi desapropriada para fins de reforma agrária. Três diferentes grupos (MLST, MST e um independente) mantêm acampamentos no local.

Presente de Natal

A agente de saúde Maria das Dores da Silva, 53 anos, tem um filho e três netos. Todos moram no assentamento Santo Dias, na fazenda da Barra há cinco anos. Eles contavam apenas com um barraco de lona e agora sonham com a casa própria. “Nosso barraco não aguenta mais, com a casa de tijolos tudo vai melhorar”, afirmou. Todos os dias ela sai de casa e vai para o trabalho e quando volta ainda arruma tempo para cuidar da plantação mantida pelo Movimento.

“Depois de cinco anos me sinto realizada. Receber o material de construção foi um presente de Natal para nós”, disse.

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