O golpe de mestre

A anunciada união política destruidora, que seria Serra na presidência e Aécio como vice, atuante e com gabinete junto ao chefe do executivo, não só esfrangalha a candidatura Dilma, como liquidaria Lula.

Temos no nosso regime uma tradição deletéria. O vice-presidente só assume ou é atuante na falta do primeiro dignitário da nação. É sabido que a cúpula peemedebista é formada por homens de alto nível.

Estão dando prova disso. Caso seja efetivada a idéia de Serra presidente e Aécio vice, trabalhando juntos, o país teria como nunca aconteceu na sua história política, um governo praticamente perfeito. É preciso acabar de uma vez por todas esta figura decorativa de vice-presidente, que não ajuda e trabalha como tal. Fica relegado a um segundo plano bastante inexpressivo.

Sendo uma espécie de secretário especial, com participação ativa no governo, o vice toma um lugar de importância bem maior do que o chefe da Casa Civil, por exemplo. Como o nome está dizendo, este cargo é burocrático. Poucas vezes tivemos um político notório conduzindo àquela.

O golpe, se dado, é mortal para as pretensões petistas, fato já previsto por Roberto Freire, presidente do PPS. Freire, um dos mais sérios políticos do país, era o antigo presidente do Partido Comunista. Quando acabou na Rússia, declarou Não posso ser uma coisa que não existe mais e continuou socialista, mas não mais comunista.

Dilma, embora alguns seguidores queiram continuar com o nome, e a esta altura não pode ser mudado, não se elege no confronto com Serra.

Enfrentando Serra e Aécio, a eleição é liquidada no primeiro turno.

E a dupla encerraria de vez a probabilidade de uma volta de Lula, matando-o politicamente.

Efetivada a idéia, seria o golpe de mestre.

Jorge Cortás Sader Filho

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