Resistência a antibióticos é tema de simpósio no Rio

A resistência de microorganismos causadores de doenças às drogas produzidas para combatê-los é um desafio constante para a medicina e a ciência. Neste caso estão incluídos os antibióticos utilizados para o combate a infecções bacterianas e outras drogas empregadas no tratamento de infecções parasitárias, fúngicas e virais. Para debater o tema e traçar estratégias que possam controlar o problema, o III Simpósio de Resistência aos Antimicrobianos – I Simpósio de Resistência a Drogas Quimioterápicas, organizado pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC)/Fiocruz, reúne na próxima semana especialistas nacionais e estrangeiros no Hotel Glória.

Entre os convidados estão o pesquisador Aníbal Sosa, da Aliança para o Uso Prudente de Antibióticos (APUA, na sigla em inglês), que discutirá a emergência de bactérias a novos antibióticos, a pesquisadora Lai King Ng, diretora da Agência de Saúde Pública do Canadá, que discutirá a resistência antibiótica de bactérias que provocam doenças sexualmente transmissíveis e que apresentará a experiência canadense no controle da bactéria Salmonella , e Gabriel Schmunis, representante da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS-OMS-Estados Unidos), que apresentará a atual situação da resistência aos antibióticos nas Américas.

"Doenças sexualmente transmissíveis causadas por bactérias, como sífilis, gonorréia e clamídia, exigem tratamento urgente porque podem causar sequelas graves. A sífilis, por exemplo, aumenta o risco de contração de HIV", Lai King Ng explica. "Para garantir a eficácia do tratamento, a vigilância da resistência microbiana é fundamental, pois se o esquema terapêutico não surtir o efeito esperado a transmissão dos patógenos é potencializada e uma maior parcela da população pode ser contaminada", a pesquisadora alerta.

Produzidos a partir de microrganismos como fungos e bactérias, os antibióticos são agentes terapêuticos utilizados contra bactérias causadoras de doenças. O uso inadequado destes medicamentos, como a automedicação e a superdosagem, porém, pode desencadear um processo de resistência do agente causador da doença e comprometer o tratamento.

Doenças há pouco facilmente curáveis, como gonorréia e febre tifóide, por exemplo, apresentam hoje dificuldades de tratamento em função da resistência de seus patógenos aos esquemas terapêuticos tradicionalmente utilizados.

Para Dália dos Prazeres Rodrigues, Coordenadora do Laboratório de Referência Nacional de Cólera e outras Enteroinfecções Bacterianas do IOC e integrante da comissão organizadora do evento, a discussão em torno da resistência aos antimicrobianos e drogas quimioterápicas é fundamental para deter sua expansão. "Sem o uso mais sábio e controlado, as drogas empregadas terapeuticamente serão impotentes contra a população microbiana, cada vez mais resistente", avalia. A resistência a medicamentos, que pode ser natural ou adquirida, compromete o controle de doenças importantes e é considerada, pela Organização Mundial de Saúde, um obstáculo à promoção e à manutenção da saúde pública.

Em sua terceira edição, o Simpósio ganhou uma abrangência maior e também discute a resistência a drogas quimioterápicas. A expectativa é de que 700 participantes estejam presentes no evento.

A programação inclui também reuniões do Programa de Monitoramento de Alimentos de Origem Animal – PREBAF – ANVISA e da Rede Nacional de Monitoramento de Enteropatógenos.

Programação completa e mais informações em http://www.ioc.fiocruz.br/simIII

III Simpósio de Resistência aos Antimicrobianos e I Simpósio de Resistência a Drogas Quimioterápicas

De 24 a 27 de outubro de 2006

Hotel Glória – Rua do Russel, 632 - Glória

Rio de Janeiro- RJ

www.ioc.fiocruz.br/simiii

CONTATO

Raquel Aguiar

Instituto Oswaldo Cruz/Fiocruz

(21) 2598-4316 r. 163

[email protected]

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