Jornalista da Telesul é preso em Bogotá

O correspondente da Telesur em Bogotá, Freddy Muñoz Altamiranda, foi preso por autoridades do Departamento Administrativo de Segurança (DAS) na noite do último domingo (19/11), quando chegava ao aeroporto de El Dorado, em Bogotá, vindo de Caracas.

Segundo informações preliminares dos advogados da organização de direitos humanos MINGA, que estão acompanhando o caso, a detenção se deu por ordens da seccional de Barranquilla, por supostos delitos de "rebelião e terrorismo". A ordem de prisão foi dada no dia 10 de novembro último. Amigos e a família de Muñoz estranharam a decisão.

Muñoz Altamiranda permanece na prisão do DAS, esperando o interrogatório que estava por acontecer nesta terça (21/11). Muñoz Altamiranda é membro fundador da Telesur (www.telesurtv.net), sendo o correspondente na Colômbia desde o começo das operações, há mais de um ano.

As acusações também surpreenderam a equipe da Telesur. "O senhor Muñoz desempenhou com profissionalismo e ética seus trabalhos jornalísticos", afirmou um comunicado da Telesur. "A detenção de um jornalista de um meio de informação internacional atenta contra o direito de liberdade de imprensa e significa uma manifestação de initmidação".

A Telesur, empresa multiestatal de comunicação que promove a integração dos povos da América Latina, também afirmou em nota que aguarda o esclarecimento do fato e espera que o processo seja transparente e de acordo com o direito internacional. Uma equipe da Telesur acompanha o caso.

Motivos ainda são obscuros
Até agora não existe precisão acerca dos indícios que teriam levado o Ministério Público colombiano a pedir a prisão do repórter, que atua há mais de dez anos no país. Os supostos casos de "terrorismo" e "rebelião" envolvendo Muñoz Altamiranda foram negadas por diversas organizações de direitos humanos colombianas nesta segunda e terça. Familiares do jornalista e colegas de profissão na Colômbia e na Venezuela também estranharam a decisão. O responsável pela prisão, Manuel Molano, afirmou por telefone à Telesur que não pode revelar informações sobre o caso até que se desenrole o interrogatório.

Fredy Muñoz Altamiranda voltava da Venezuela, onde havia participado de um curso de atualização para correspondentes internacionais de televisão. Muñoz havia saído uma semana antes pelo mesmo aeroporto, sem enfrentar qualquer problema. Imediatamente depois da sua prisão, o jornalista foi levado a instalações em Bogotá do DAS. Nas últimas semanas na Colômbia, antes de viajar para Caracas, Muñoz estava investigando casos de suposta vinculação de políticos próximos ao governo de Uribe com o paramilitarismo.

"Mensagem de intimidação"
Libardo Muñoz, pai do jornalista, destacou que o ocorrido pode ser interpretado como uma mensagem que serviu para intimidar as operações da rede televisiva em que seu filho trabalhava. A Telesur opera desde 2005 e tem se destacado por mostrar a realidade da América Latina sob o ponto de vista dos povos, e não dos empresários e políticos da região.

"Fredy saiu da Colômbia por El Dorado com toda a sua documentação regularizada, ficou oito dias em Caracas e quando voltou o prenderam, dando a entender que é uma pessoa que iria entrar ilegalmente ao país para praticar terrorismo", afirmou Libardo.

O pai de Muñoz, que também é jornalista, afirmou que até agora seu filho recebeu um "trato correto", e destacou que isso se deve ao fato de organizações jornalísticas de Bogotá e Caracas se pronunciaram em defesa da integridade de Muñoz Altamiranda. Uma das organizações foi o Comitê de Defesa dos Direitos Humanos, que reprovou a forma "irregular" como se deu a prisão de Fredy Muñoz Altamiranda.

Por Gustavo Barreto - [email protected]

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