Cabinda (pois claro!) é tema proibido no portal Zwela Angola

ORLANDO CASTRO , jornalista – NOTÍCIAS LUSÓFONAS
Por iniciativa exclusiva dos responsáveis pelo portal Zwela Angola, fui convidado para escrever alguns artigos de opinião. Foram publicados dois. O terceiro, sobre Cabinda, não foi publicado pelas razões que a seguir se reproduzem. É, como aliás eu já esperava, mais uma vitória do regime angolano que considera Cabinda uma sua província (tal como a Indonésia considerava Timor-Leste, lembram-se), ao contrário de mim que considero ser uma colónia, depois de ter sido protectorado.


“Gostaríamos de informá-lo de que após termos analisado seriamente o seu artigo decidimos não publicá-lo. Lamentamos o facto”, começa por dizer o texto explicativo do Zwela Angola, acrescentando:

“Efectivamente, levamos algum tempo para decidir devido à complexidade dos valores em conflito. Se por um lado promovemos a liberdade de pensamento e expressão, justiça e paz social, debate crítico e construtivo como propósito e justificação da existência deste portal; por outro, favorecemos o equilíbrio, balanço e moderação pois sabemos que qualquer um dos extremos, sem séria consideração da nossa parte, pode causar alienação dos nossos leitores e consequentemente a nossa marginalização do que pretendemos servir.”


Procurando explicar por muitas palavras o que poderia ser resumido numa só (censura), o Zwela Angola diz que “apesar de respeitar a sua opinião, achamos que este seu artigo tem o potencial de colocar-nos num dos extremos do ponto de vista expresso ou implicado no artigo”.


Como é do conhecimento público, o regime angolano do MPLA, que domina Angola desde 1975 e que tem um presidente não eleito há 31 anos no poder, tem tentáculos por todo o lado e quando não pode prender ou eliminar fisicamente quem dele discorda (como acontece na colónia de Cabinda), opta por silenciar todos os que põem a força da razão acima da razão da força.


Com este acto de censura (relembre-se que os artigos de opinião só e apenas vinculam os seus autores) o Zwela Angola presta um bom serviço (certamente será bem gratificado) ao regime angolano e, como é claro, um péssimo serviço à liberdade de expressão e à democracia, ela própria vinculada à liberdade.


Ainda bem que aqui no Notícias Lusófonas (NL) não é o MPLA quem manda. Talvez por isso o NL tenha cerca de dez mil visitas únicas por dia, talvez por isso é que está todos os dias e desde 1977 na primeira linha da luta pela liberdade, talvez por isso é que uma das suas máximas é: “Leia hoje aqui o que um dia (com muita sorte) encontrará, talvez, noutros sítios...”


É claro que, em relação ao Zwela Angola, a minha colaboração terminou imediatamente.


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Orlando Castro
Jornalista (CP 925)
A força da razão acima da razão da força
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