FARC: Rechaço à suspensão unilateral de reunião da CSIVI por parte do governo

Rechaço à suspensão unilateral de reunião da CSIVI por parte do governo

 

Autor: 

FARC- CSIVI

 

O componente FARC da Comissão de Seguimento, Impulso e Verificação à Implementação do Acordo Final - CSIVI - informa à opinião pública que o Governo nacional decidiu suspender de maneira unilateral a reunião desta instância bipartida, programada para o dia de hoje 19 de setembro, segundo informação transmitida por seu representante na Secretaria Técnica. Se repete assim uma prática violadora das regras, que já parece costume.

O argumento esgrimido pela delegação governamental consiste em que tornamos público o documento de nossa coautoria "A implementação do Acordo de Paz durante o governo Iván Duque. Tendência à perfídia e simulação", sem que previamente houvesse sido levado à CSIVI.

Ademais de não existir obrigação alguma de tramitar na CSIVI análises ou avaliações sobre o estado da implementação do Acordo de paz, o argumento resulta quando menos insólito, se se considera que o Governo nacional apresentou seus balanços nos momentos e nos lugares que quis, apregoa diariamente sobre seu compromisso, fomenta o paralelismo na reincorporação e, como se fosse pouco, quer nos acostumar a recorrentes declarações altissonantes e mentirosas. A mais recente delas foi do senhor Chanceler Holmes Trujillo na OEA contra Rodrigo Granda, um de nossos representantes na CSIVI.

Sem dúvida, se trata de um pretexto, que dá conta de outra das tantas modalidades do descumprimento e da simulação que vimos alertando no acionar do Governo, estendida neste caso ao trabalho da CSIVI, em boa medida diminuído a assuntos de trâmite formal e desprovido do potencial que lhe outorgava o Acordo de paz para a fase de implementação.

Chama particularmente a atenção que a reunião se tenha suspendido justamente quando dentro dos pontos centrais a tratar se encontravam, primeiro, nossas preocupações pelas intervenções loquazes e informações falaciosas de altos funcionários do Governo e pelo silêncio frente à crescente agressão verbal de integrantes do partido do governo contra ex-integrantes das FARC-EP em processo de reincorporação.

E, segundo, também se ocuparia de nosso rechaço à estratégia de desmantelamento fático da Subdireção Especializada para Assuntos de FARC na Unidade Nacional de Proteção, através de um processo chamado de reengenharia, violador do Acordo de paz e da normatividade vigente.

Assuntos de suma gravidade os dois, que no atual contexto de crispação e assassinatos de líderes [homens e mulheres] sociais e ex-integrantes das FARC-EP as quais constituem uma afetação das condições da reincorporação política.

Exortamos o Governo a cumprir o Acordo de paz integralmente e não a seu modo e discriminatoriamente. Garantir o funcionamento da CSIVI segundo as disposições vigentes é imperioso.

 

 

FARC- CSIVI

Bogotá, 19 de setembro

Tradução > Joaquim Lisboa Neto

 

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