Delator Acusa Paulo Skaf de Fraude em Licitação da Publicidade

O publicitário Renato Pereira, dono da Agência Prole e marqueteiro do PMDB, delatou à Polícia Federal que Paulo Skaf, industrial, político e presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), fraudou a licitação da publicidade do Sesi e do Sena em 2015, da qual o próprio Skaf era "garoto propaganda". 

Edu Montesanti

De acordo com a delação premiada de Pereira, Skaf teria contratado a agência, criadora da campanha dos patos amarelos, ícones de um suposto combate a corrupção à época do impedimento da ex-presidente Dilma Rousseff no ano passado, para usar os recursos em proveito pessoal. 

Mantidos com recursos públicos e contribuições empresariais, Sesi e Senai orientavam a Prole a elaborar produções que exaltassem Skaf e mantivessem vivas suas expectativas eleitorais para 2018, segundo o delator. O acordo de Pereira está em fase de homologação no STF. Pereira foi responsável pela campanha "Chega de pagar o pato", símbolo da cassação da então presidente de Dilma em 2016.

O presidente da Fiesp teria se utilizado da Prole inclusive para subsidiar a contratação de pesquisas sobre seus adversários na disputa para o governo de São Paulo pelo PMDB, em 2014. A Fiesp não divulgou os valores pagos à agência, enquanto Pereira confessou que havia recebido cerca de R$ 15 milhões através de um contato, em fevereiro de 2015.

Tem sido noticiado na grande mídia nos últimos dias que, segundo Pereira, o político paulista, aspirante à outra candidatura ao governo do Estado no ano que vem, discutia com o publicitário "cenários políticos nacional e estadual, visando promover a figura de Skaf para futura candidatura ao governo, em 2018".

Skaf admitiu, através de nota emitida nesta quinta-feira (9), encontros com Pereira prévios às eleições de 2014. No entanto, negou ter direcionado a licitação à Prole. A Fiesp defendeu a presença de seu presidente em peças por conferir "mais credibilidade à comunicação do que a contratação de atores". 

E defendeu a contratação de pesquisas com "avaliação de cenários eleitorais", por entender ser "de interesse dos sindicatos filiados e das categorias econômicas" por ela representados".

O presidente da Fiesp, dos maiores combatentes do governo Dilma Rousseff com forte apelo moralista e hoje defensor das reformas trabalhista e previdenciária em nome da contenção do gasto público, foi citado nas delações da Odebrecht as quais atestaram que cerca de 6 milhões de reais em propinas através do dinheiro público, foram transferidos ao empresário do PMDB. 

Skaf já havia estado envolvido em casos de corrupção anteriormente, pelos quais não defendeu a abertura de inquérito. Na própria campanha política de 2014, recebeu doações de 2,5 milhões de reais de empreiteiras investigadas pela Lava Jato.

Não é raro, pelo contrário, trata-se de via de regra no Brasil aqueles que - especialmente entre as classes dominantes - "lutam" publicamente "contra a corrupção" e "contra o assalto ao erário", serem os piores bandidos tanto quanto usam seus fantoches entre a sociedade, tais quais MBL, para ser descaradamnte seletivos em seus "protestos", cada vez mais manjados e desmascarados entre a sociedade.

 

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