No aniversário do Mercosul, Lugo crítica Brasil e Argentina

Lugo — que exerce a presidência rotativa do Mercosul — questionou os "múltiplos inconvenientes" do bloco e pediu que sejam superadas as assimetrias em busca de uma agenda social. "Não podemos desconsiderar que, no plano econômico e comercial, o Mercosul é um processo com múltiplos inconvenientes e com dificuldades para chegar a acordos entre sobre sua própria essência", afirmou o presidente paraguaio na noite de sexta-feira (27) ao liderar um dos atos pelo aniversário do bloco.

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Lugo também criticou as assimetrias, travas econômicas e a falta de uma agenda social que prevalecem no bloco nestes quase 20 anos. Para ele, o Mercosul "retrocede" quando os estados membros maiores — Brasil e Argentina — tomam medidas que prejudicam as economias menores, Uruguai e Paraguai. Em especial, o presidente mencionou a disposição protecionista adotada recentemente pela Argentina e o problema que seu país enfrenta com o Brasil por conta da Hidrelétrica de Itaipu.

A revisão do Tratado de Itaipu, mediante o qual o Paraguai divide com o Brasil em partes iguais a energia gerada pela hidrelétrica, é uma das prioridades do governo paraguaio. Segundo as condições impostas pelo acordo, o Paraguai — que consome apenas 5% da cota de energia a que tem direito — é obrigado a vender o restante ao Brasil, com exclusividade e a preço de custo.

Ao pedir mudanças no tratado, assinado em 1973, Assunção quer ter o direito de vender a energia que não usa a outros mercados e por valores considerados "justos". Dessa forma, o país pretende alcançar o que define como sua "soberania energética". Lugo — que chegou na noite de sexta-feira a Montevidéu — retorna hoje a seu país após assistir ao jogo entre Uruguai e Paraguai pelas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa de 2010.

Da Redação do Vermelho, com informações da Ansa Latina

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