Aquecimento global ou consciencialização global?

Nairobi, Quénia, foi anfitrião da 2ª Reunião das Partes do Protocolo de Quioto e a 12ª Sessão das Partes da Convenção sobre a Alteração Climática desde Cimeira de Rio de 1992, bem escolhido porque o continente africano é o que menos contribui para a poluição atmosférica (Gases de Efeito Estufa, GEE) mas que mais vai perder na eventualidade da concretização dos avisos dos mais pessimistas.

Sejam quais forem as causas do aquecimento global (e a comunidade científica está dividida sobre isso), não restam dúvidas sobre a existência de várias ameaças ao ambiente.

As vítimas eventuais são todos nós, porque o património natural e cultural do mundo inteiro será vítima de ciclos de seca e inundação, alterações em níveis de humidade e na composição dos solos, devido à alteração climática. Quando o gelo nos pólos derreter, nenhum continente ficará ileso das cheias resultantes. Se acontecerem.

Pois, a Conferência de Nairobi não foi só um palco para a apresentação de histeria mas sim um espaço para debater a questão da eventual alteração climática. A conclusão principal desta Conferência é que ainda há tempo para reverter os efeitos negativos da industrialização e que se o mundo agir de forma coesa, os cenários previstos pelos pessimistas nunca realizar-se-ão.

Na Conferência foi divulgada a informação da Organização Mundial de Meteorologia, que as partes por milhão de CO2 aumentaram desde 340 em 1985 até 380 em 2005 (um aumento de 13 por cento em 20 anos) mas também foram apresentadas várias possibilidades para a saída da hipotética crise, que ainda não aconteceu.

Para os países em desenvolvimento, foram sugeridas campanhas de consciencialização pública sobre a melhor maneira de economizar fontes de água, o desenvolvimento de novas colheitas melhor adaptadas para as condições actuais, a campanha de plantar um bilião de árvores no próximo ano para combater a desertificação e a construção de infra-estruturas para fornecer água.

Programas de pesquisa para o desenvolvimento e produção de combustíveis ecologicamente amigáveis (de crescente importância em vários países africanos) irão não só proteger o ambiente mas também criar postos de emprego.

Terminar o ano de 2006 com a realização da Conferência da ONU sobre Alterações Climáticas no Quénia, pouco depois da Cimeira Sino-Africana e do Fórum de Parceria com África em Moscovo é um sinal claro que África não é um continente esquecido.

Timothy BANCROFT-HINCHEY

PRAVDA.Ru

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