Partido Comunista da África do Sul sai da coligação?

Com os olhos postos nas eleições de 2009, o Partido Comunista da África do Sul (South African Community Party - SACP) está a preparar um processo de consultas com os seus membros sobre a possibilidade de quebrar a ligação com a African National Congress e apresentar seus candidatos separadamente. A moção foi levantada na reunião do Comité Central da SACP este final de semana, devido à crescente preocupação acerca da política económica do maior partido na coligação.

Blade Nzimande, Secretário-Geral do SACP, considera que as crescentes ligações entre membros do Governo e o mundo de negócios significa que a revolução democrática está a ser comprometida. O SACP e COSATU (Congresso de Sindicatos) criticaram recentemente a ANC pela ausência de direcção política, a não ser consultar regularmente com os intervenientes no mundo de negócios para providenciarem conselhos.

No entanto, qualquer decisão de romper os laços com o ANC só será tomada em Julho de 2007, no Congresso do Partido e até então, realçam os líderes, o empenho à coligação é total. O próprio ANC sublinha a importância do SACP discutir as questões com seus membros abertamente e aponta que o Presidente Thabo Mbeki levantou as mesmas preocupações recentemente, para serem abordadas pelo ANC.

Uma questão política fundamental a ser endereçado actualmente é a da reforma das terras, em que preços de mercado estão a ser oferecidos aos fazendeiros brancos pelas suas terras, para serem restituídas aos africanos negros forçados a sair há décadas. Até agora, o processo tem recebido bastante resistência da parte dos fazendeiros, provocando o Comissário Nacional para Reclamações de Terra, Tozi Gwanya, a afirmar que “Se estes fazendeiros continuarem a rejeitar as ofertas, começarão as expropriações em Outubro”.

O Programa da Reforma das Terras iniciou depois da eleição da ANC em 1994. O objectivo é identificar propriedades para devolver a africanos negros que foram expulsos das suas terras ancestrais durante as décadas de governo colonial e discriminação racial, que resulta hoje em apenas quatro por cento das terras aráveis estando na posse de africanos negros.

Timothy BANCROFT-HINCHEY

PRAVDA.Ru

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