Marrocos: Mais violações dos Direitos Humanos

A polícia marroquina alegadamente espancou e abusou verbalmente uma ativista feminina de Sahara Ocidental que reivindicou a posse do seu passaporte, apreendido pelas autoridades marroquinas invasores, de modo a poder viajar. Aminetu Ameidan foi espancada na manhã de 13 de Julho, em El Aaiun, a capital do Sahara Ocidental ocupado. Hillary Clinton, não ouvi a sua opinião; de quê lado a Senhora está?


A ativista de direitos humanos saharauis, Aminetu Ameidan, foi atacada ontem à noite, 13 de julho por um grupo de elementos da polícia marroquina quando ela exigiu que seu passaporte seja entregue na sede da polícia na cidade marroquina de El Aaiun, a capital do Sahara Ocidental ocupado, informou a Associação de Vítimas de Violações Graves dos Direitos Humanos cometidos pelo Estado marroquino.


Segundo a mesma fonte, a activista saharaui Aminetu Ameidan sofreu insultos além de ataques físicos.


A Associação salienta que este é mais um exemplo de violações diárias dos direitos humanos pelas autoridades marroquinas nos territórios ocupados, onde o povo saharaui é vítima no seu próprio país. Eles estão apelando a todas as organizações internacionais para intervirem imediatamente para acabar com esta série de crimes cometidos pelo Estado de Marrocos contra cidadãos saharauis indefesos.


Desde 1975, ninguém na comunidade internacional se preocupa em levantar o caso de Sahara Ocidental à consciencialização pública, enquanto Marrocos estupra suas mulheres.


As forças armadas marroquinas invadiram o Sahara Ocidental em 1975 (a Marcha Verde), anexando-a depois da Espanha abandonar sua última colônia no norte da África e rapidamente enviou milhares de cidadãos de Marrocos para o sul para repovoar o território, alterando o equilíbrio étnico.


Em 1991, a ONU mediou um acordo de paz entre as forças armadas de Marrocos e à Frente de Libertação Polisário, em que a ONU e Marrocos prometeram organizar um referendo sobre a autodeterminação. Marrocos desde então bloqueou o processo a cada passo, desafiando a lei internacional. Enquanto isso, cerca de 200.000 refugiados saharauis vivem nas condições mais austeras do deserto argelino, em Tindouf, perto da fronteira.


O dilema sobre o referendo é os termos em que é organizado: será baseado na população/demografia/realidade étnica em 1975 ou atualmente, depois de tantos marroquinos terem sido enviados para o repovoamento?


O sofrimento dos saharauis
Q uando o poder colonial (Espanha) saiu, deixou a sua colônia à sua própria sorte, para enfrentar um vizinho mais poderoso e cruel (Marrocos), que via com gula as suas ricas reservas de fosfato, pescas e possíveis campos de petróleo. Enquanto a comunidade internacional voltou as costas ao povo saharaui do Sahara Ocidental, os marroquinos fizeram o que quiseram, e continuam a fazê-lo.


Por quê a ONU e a comunidade internacional foram incapazes de honrar o compromisso de realizar um referendo no país, uma vez que este foi o objetivo da MINURSO em 1991, vinte anos atrás. Isto, porque o Marrocos tem sistematicamente comprado tempo enquanto corteja Washington com uma retórica anti-socialista e, sem dúvida, através da atribuição de favores. Esta é uma política externa baseada em quê, afinal?


Entretanto, as autoridades de Marrocos reprimiram brutalmente qualquer saharaui que se levanta e reclama pelos seus direitos. As mulheres são torturadas, estupradas e espancadas (há um vasto conjunto de provas fotográficas na Net), as pessoas estão encarceradas em condições terríveis, sem julgamento. Anistia Internacional e Human Rights Watch documentaram os crimes.


É tempo de a comunidade internacional fazer um balanço a respeito desta questão. Virando as costas e fazendo vista grossa para as Portas do Inferno, Marrocos, já não é mais opção. Hillary Clinton, onde você está? Com o povo saharaui, ou com a crueldade, os atentados aos direitos humanos e o desrespeito pelo direito internacional cometido por Marrocos?


Fontes: SPS
Associação de Amizade Portugal - Sahara Ocidental


Timothy BANCROFT-HINCHEY
PRAVDA.Ru

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey
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