Bush: Arrogante, Beligerante, Criminoso...mas Querido na Albânia

Bush: Arrogante, Beligerante, Criminoso...mas Querido na Albânia

Faz todo o sentido que o George W. Bush seja tão bem-vindo em países desesperados pelas esmolas de Washington, e em mais lado nenhum. Os governos da Republica Checa, Polônia e Bulgária querem receber o Escudo de Defesa Anti-Míssil e o sonho de Tirana de uma Grande Albânia recebeu já o aval de Washington, apesar de 500 anos de história – e o senso comum – contrariar qualquer estatuto de independência para Kosovo. Os habitantes destes países saberão as consequências desastrosas ecológicas de uma eventual interceição de qualquer míssil sobre os seus Céus?

Não surpreende ninguem que o tapete vermelho tenha sido estendido para George Bush nestes quatro países, cujos governos receberam-no de braços abertos. Contudo, a sua recepção foi bem mais fria entre alemães e italianos. O quê é que produziram quase sete anos de diplomacia do regime de Bush?

A priori, supõe-se que a Diplomacia (com letra grande) se baseia no debate e diálogo, preceitos fundamentais de democracia, numa Nova Ordem Mundial multilateral e civilizada. Porém, os utensílios empregues pelo regime de Bush desde o início não são diplomáticos: longe disso, são baseados em arrogância, beligerância e crimes de guerra, um ABC de como não gerir crises e abordar as relações internacionais, como irão concordar todos os analistas internacionais daqui a vinte anos, quando os covardes da imprensa comprada saírem dos seus armários ou se reformarem.

Começou com Colin Powell – um homem simpático, com grande falta de pé nas águas onde nadava enquanto Secretário de Estado, ou então algemado pelos Rottweilers do regime de Bush, Cheney e Rumsfeld – Powell, cuja contribuição para a história foi mentir descaradamente no edifício da ONU em Nova Iorque acerca das Armas de Destruição Massiva de Saddam Hussein.

Continua com a Condoleeza Rice, uma magnífica conselheira de Segurança Nacional antes de, e depois, do 9/11 e depois como Secretária de Estado, com uma actuação que pisa o invisível e inaudivel até ser o oráculo do extremo de arrogância, tratar com derisão seus parceios na comunidade internacional com uma abordagem elitista, traduzida em termos práticos, em arrogância.

E qual o resultado?

Como se o caso do Iraque não fosse o suficiente (e não se tenciona esfregar mais sal nas chagas abertas deixadas, quanto melhor, por este acto de negligência criminosa que resultou na destruição de um Estado e as vidas de centenas de milhares de pessoas, com outras milhões sem terem maneira de ganhar a vida), agora o George Bush tenciona meter o dedo nas Balcãs por fazer outro erro igualmente, ou mais, perigoso – fomentando a Independência para o sistema nervoso central do psique sérvio – Kosovo, que é exatamente onde nasceu a nação sérvia, mais precisamente na Batalha de Kosovo Polye, em 1389.

Kosovo Polye

Kosovo Polye é o bater do coração da Sérvia, Kosovo é Sérvio e Kosovo é para os Sérvios, dos Sérvos e pertence aos Sérvios. E ponto final. Quem diz o contrário ou não sabe nada sobre a política das Balcãs (que os forasteiros devem respeitar de uma grande distância) ou então engoliu a propaganda daqueles que abraçaram os queridos da Ushtria Çlirimtare e Kosoves (Exécito de Libertação de Kosovo), aqueles que controlam o tráfico de drogas, aqueles que controlam redes de prostituição. E quem os recebeu de braços abertos? O Congresso em Washington!

Através de Kosovo fluem drogas (heroína, através da Turquia, oriunda da Afeganistão), através de Kosovo flui o tráfico humano (quantas eram as mulheres albanesas kosovares a fugirem desesperadamente para as linhas dos sérvios, para escaparem às redes de prostituição controladas pelos albaneses na Itália), através de Kosovo, ou seja, por causa de Kosovo, Washington está prestes a cometer mais um tamanho erro na política externa.

Como sentiria o povo dos EUA se os estados no sul do seu país fossem objectivo de mulheres estrangeiras, que para lá viajariam para parir não só uma criança, nem duas, nem três, mas sim dez, onze, quinze, e quem depois utilizasse o direito de nascença como utensílio, para chamar todos os parentes próximos e distantes e para excluir os direitos dos donos da terra?

Como sentiria o povo dos EUA se os habitantes dos estados no sul do seu país fossem bombardeados e forçados a sair das suas casas porque a comunidade internacional decidiu que os novos residentes tinham mais direitos do que os originais?

Resposta: provavelmente e mesma coisa que sentem os Sérvios Kosovares, forçados a sair das suas casas (quando não foram destruídas em ataques terroristas perpetradas pelas forças da OTAN ou por actos terroristas da KLA) e quando tentavam defender a sua Terra, o coração da sua nação, foram atacados selváticamente pelas forças lideradas pela Washington, Rainha de Mentirosos.

E lá está o George Bush a tentar colocar as orelhas no fantoche do Diabo que ele criou: um Kosovo Independente. Imaginem um Aztlan (os estados no sul dos EUA independentes). É precisamente a mesma coisa. E até faria mais sentido.

Timothy BANCROFT-HINCHEY

PRAVDA.Ru

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey
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