Juventude Saraaui visitou Portugal

Juventude Saraaui visitou Portugal
     
Em julho, a convite do Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC), uma delegação da União da Juventude Saraaui (UJSARIO) esteve de visita a Portugal, durante a qual estabeleceu contactos com organizações representativas portuguesas e participou em diversas iniciativas. No dia 8, na reunião com a Juventude Operária Católica, em Lisboa, trocou-se informações e experiências e ambas as organizações manifestaram-se determinadas em aprofundar o conhecimento e trabalho mútuos. No mesmo dia, na reunião com a Interjovem, a UJSARIO abordou a situação atualmente vivida nos acampamentos de refugiados e nos territórios ocupados, e da parte portuguesa foi sublinhada a solidariedade ativa da Interjovem e da CGTP-IN para com a causa do povo saaraui. No dia 10, a delegação saaraui participou na manifestação convocada pela CGTP-IN pela valorização do trabalho e dos trabalhadores portugueses.
 
No dia 9 de julho, a delegação da UJSARIO participou numa reunião no Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto na qual se abordou a atividade desenvolvida por este Centro sobre o Saara Ocidental no âmbito da preparação de uma publicação e do protocolo de cooperação com a Universidade de Tifariti situada nos territórios libertados do Saara Ocidental. No mesmo dia, realizou-se uma sessão pública promovida pelo CPPC com o apoio da Unicepe-Cooperativa Livreira de Estudantes do Porto CRL e do Sindicato dos Professores do Norte. Hamdi Taubali e Dakar Abdelfatah, da UJSARIO, descreveram a dramática situação do povo saaraui nos campos de refugiados e nos territórios ocupados; denunciaram a ilegalidade do acordo de pescas da União Europeia com Marrocos e a pilhagem de recursos naturais do Saara Ocidental; e revelaram as constantes violações de direitos humanos a que Marrocos sujeita o povo saaraui, incluindo o assassinato e desaparecimento de ativistas. A solidariedade ativa do CPPC e de outras organizações portuguesas com a causa do povo saaraui foi igualmente reafirmada.
 
Divulga-se o texto subscrito por organizações portuguesas, que continua a recolher apoios e será enviado às autoridades portuguesas e ao Secretário Geral da Organização das Nações Unidas:
 
LIBERDADE PARA O SAARA OCIDENTAL
FIM À REPRESSÃO
 
As organizações abaixo-assinadas reafirmando a sua solidariedade de sempre com o povo saarauí, condenam e exigem o fim imediato da violência e repressão que as forças ocupantes do Reino de Marrocos têm praticado, com particular intensidade, desde o passado dia 19 de Julho.
 
Este novo crescendo da repressão pelas forças de Marrocos ocorre desde o passado dia 19, quando a população saarauí, dos territórios ocupados, particularmente em El Aaiun, saiu às ruas a comemorar a vitória da seleção argelina de futebol na final do Campeonato Africano das Nações. As comemorações, pacíficas, acompanhadas da exigência da independência do Saara Ocidental, foram de imediato violentamente reprimidas, havendo notícia da morte de uma jovem de 24 anos atropelada por um carro das forças marroquinas e de um número desconhecido de feridos. As forças marroquinas estarão a utilizar violência indiscriminada contra a população saarauí, incluindo o recurso a fogo real.
 
Reafirmando a exigência do fim imediato da violenta repressão, as organizações subscritoras lembram que o povo saarauí vive há décadas sob a ocupação do Reino de Marrocos, onde é sujeito, para além de assassinatos, a espancamentos e prisões arbitrárias, ou forçado ao exílio, como acontece nos acampamentos de refugiados, em condições extremamente precárias, as organizações subscritoras consideram que uma solução justa para o Saara Ocidental exige:
 
-O fim da ocupação marroquina do Saara Ocidental;
 
-A instalação de um mecanismo permanente da ONU para o acompanhamento do respeito dos direitos humanos do povo saarauí nos territórios ocupados;
 
-A libertação dos presos políticos saarauís nas prisões marroquinas;
 
-O respeito pelo inalienável direito à auto-determinação do povo saarauí;
 
As organizações subscritoras consideram que o Governo português está obrigado a tomar uma posição clara contra as agressões do Reino de Marrocos contra o povo saarauí e de exigência do cumprimento das deliberações da ONU quanto ao Saara Ocidental.
 
Organizações subscritoras (até o momento):
 
-Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC)
 
-Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional (CGTP-IN)
 
-Movimento Democrático de Mulheres (MDM)
 
-Associação Portuguesa de Juristas Democratas (APJD)
 
-Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL)
 
-Confederação Nacional de Reformados, Pensionistas e Idosos (MURPI)
 
-União dos Sindicatos de Setúbal (USS/CGTP-IN)
 
-Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Eléctricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas (FIEQUIMETAL)
 
-Federação dos Sindicatos da Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (FESAHT)
 
-Associação de Cubanos Residentes em Portugal
 
-Associação Intervenção Democrática (ID)
 
-Fundação José Saramago
 
– Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC)
 
– Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM)
 
– União dos Sindicatos do Norte Alentejano (USNA)
 
– Confederação Portuguesa de Quadros Técnicos e Científicos (CPQTC)
 
-União dos Sindicatos de Lisboa (USL)
 
-Associação de Amizade Portugal Sahara Ocidental (AAPSO)
 
– Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML)
 
-Associação de Amizade Portugal-Cuba (AAPC)
 
-Inter-Reformados/CGTP-IN
 
-Federação Nacional dos Professores (FENPROF)
 
-Colectivo Mumia Abu-Jamal (CMA-J)
 
Fonte: CPPC

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey
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