Hugo Eduardo de León - Herói tricolor porto-alegrense candidata-se Vice Presidente colorado

Hugo Eduardo De León, zagueiro charrua da fronteira Rivera-Livramento Campeão de América e do Mundo com os tricolores montevideanos e PORTO-ALEGRENSES candidata-se Vice Presidente COLORADO em outubro. Na Praça Independencia 818 de Montevidéu, o Hugo recebeu o PRAVDA ás 14 h na Quinta 10 de Setembro.

PRAVDA: Com essa manchete que tem aí na frente, acha que alguns dos torcedores da «Fiel» do Grêmio vão acabar se incomodando contigo?

HUGO: Não tem nada a ver uma coisa com a outra. Sou candidato do Partido Colorado no Uruguai que é política e não tem nada a ver com esporte no Rio Grande do Sul.

P: O que faz da sua vida e na política hoje. Porque acabou escolhendo a política neste instante?

HUGO: Nosso partido teve a pior votação na história em 2004, o partido mais histórico, com 33 presidentes da República dos 37 que houve, essa deve ser a eleição mais importante pois pela primeira vez nas pesquisas nós vimos dando que não tínhamos chance e é por isso que eu fui sair a fazer política pois eu pertenço a esse partido e nunca tinha participado e achei que era a hora que todos os que ficamos, os fieis do nosso partido sair a fazer a reivindicação do nosso partido, do nosso projeto e da renovação que teve o partido que era uma das causas que tinham dado como justificativo para a má votação em 2004.

P: Ainda como jogador de futebol você gostou sempre dos desafios. Quais são os desafios que tem na frente na política? Ganhar a Presidência hoje ou ficar de olho em 2014?

HUGO: Não, não, a minha convocação era porque acho que essa pode ser a eleição que pode marcar o futuro do nosso partido, então acho que quando você sabe que esse é o grande desafio que vai ter na vida, que pela primeira vez todos os colorados do Uruguai enfrentam, ir numa votação tendo que ter feito uma renovação e voltar nas suas origens voltando trabalhar novamente tudo mundo, isso vai dar se nós lograrmos o nosso objetivo que é chegar no Governo nesse ano quando ninguém acreditava, pode ser a vitória mais importante da história, e isso que o nosso partido é o mais histórico até hoje.

P: Palavra convence, exemplo arrasta? Esse poderia ser o teu ditado hoje de olho na campanha?

HUGO: Não, a campanha que a gente está fazendo, a reação do que estão querendo dizer primeiro aquelas pessoas, posso pensar novamente, o que foi feito, o que deve ser feito, expressar o sentimento de pertence e de fidelidade ao seu partido, acho que envolve muitas coisas que estão em jogo nessa aqui mas logicamente envolve a coerência, você tem que ser coerente ao longo da vida e eu acredito que o nosso partido político teve 33 Presidentes pela coerência do nosso povo. Então nos apelamos á coerência e logicamente á militância dentro do partido e aqueles que são fieis são os que somos representantes neste momento.

P: O número um e parceiro nesta fórmula presidencial, o Pedro Bordaberry venceu com 78% nas eleições internas do Partido Colorado perante os candidatos dos «chefões» históricos. Reflete o que?

HUGO: Não, acredito que como tudo na vida tem um momento de mudança, os grandes lideres são os lideres dos últimos 30 ou 40 anos, que foram Julio María Sanguinetti e Jorge Batlle Ibañez, duas vezes no Governo o Sanguinetti, uma vez o Jorge Batlle, acredito que bom... tiveram seu momento mas agora é o novo momento do partido e eles estão acompanhando aquele setor e indica que tinha que ter uma renovação. Infelizmente com a crise de 2004 não foi do jeito que a gente queria mas a vezes não sai tudo como a gente planeja e na política, a gente as vezes faz planos e não acontecem.

P: Junto com o Pedro Bordaberry, você viajou para manter uma conversa com o famoso político e ex presidente do time Boca Juniors de Buenos Aires, Mauricio Macri. Estão querendo viajar para Sampa, Porto Alegre mantendo contatos com o FHC?

HUGO: A agenda está complicada pois estamos 45 ou 46 dias da campanha e quanto a Buenos Aires, Pedro viajou já duas vezes tendo marcado reuniões, em uma oportunidade eu acompanhei, tinha outras viagens para o Brasil para entrevistar com Lula, mesmo nos EUA com o Presidente Obama, mas acho que a campanha está sendo tão importante, tão apertada que vamos ter que pospor um pouco essas viagens, porque não temos tempo senão de estar em todos os lugares do país aonde estão nos reclamando para que a gente passe a última mensagem antes das votações do dia 25 de Outubro.

P: Hugo, me diga, é ruim para o Pedro planejar a campanha com essa mochila do nome Bordaberry, você sabe que a concorrência continua caindo acima desse negócio.

HUGO: Não, não tem nada a ver com o que vai se votar agora, é uma história de 30 anos atrás, é uma história dele como um dos filhos do Juan María Bordaberry mas nessa votação não está sendo motivo de campanha porque as pessoas entendem que ele é filho, não tem nada a ver.

P: Você acha que daqui a pouco vão conseguir «abraçar» todos aqueles votantes que saíram do Partido Colorado em 2004?

HUGO: Nós estamos falando para todos aqueles votantes que saíram e para aqueles novos que estão chegando que logicamente para todos aqueles que vendo agora dentro dos candidatos que tem, que a proposta do Partido Colorado é melhor para o momento, a credibilidade dos candidatos é a que está oferecendo o Partido Colorado e esperamos que possam ter o raciocínio correto e escolham o que é melhor para o país no momento.

P: Você foi sempre autêntico e só acabou ziguezagueando centroavantes no gramado. Seja autêntico mais uma vez; O que está querendo dizer essa chamada: «O Novo Partido Colorado»? Estão querendo se afastar daquele Partido Colorado?

HUGO: Não, não, não. Nós sabemos de onde viemos mas é uma renovação, um recomeço do nosso partido, é o recomeço do Partido Colorado, porque o partido é o mesmo, não mudou, é o Partido Colorado. Mas logicamente teve uma renovação forçada, que como foi dito que era justificativo para votar errado, tomara que agora que já passou o tempo e que se logrou o que eles queriam que era a renovação, aquele caudal de votantes que levou o Jorge Batlle a ser Presidente em 1999, tenha chance se ele vota corretamente agora, levar o Bordaberry ao Governo para 25 de Outubro. Não temos brigas no Partido Colorado, têm candidatos concorrendo como houve na Interna do Partido, tentando ser o líder, e o líder é o Pedro, têm candidatos dentro das cidades que estão correndo por vagas na deputação e no Senado mas todos confluindo para a votação do Partido Colorado, para que seja uma votação que marque os reais números da família Colorada ao longo do país.

P: Futebol e política é motivo de briga e paixão nas famílias uruguaias. Quanto pode influenciar seu posicionamento de Vice, bem mais na hora que muitos jogadores que foram destaques estão te apoiando.

HUGO: Futebol é uma paixão, é uma coisa que você escolhe, na política você escolhe o Partido que você tem, mas aqui o primeiro que está em jogo é o Partido Colorado, independente qual é sua afinidade no esporte, você vai votar, então logicamente, a pesar que eu sou do Nacional de Montevidéu, quem é Colorado primeiro vai votar o voto, depois vem o esporte.

P: Indo para o segmento do futebol, será que o Hugo pode voltar como treinador no futebol uruguaio?

HUGO: Não sei, não posso fazer esse planejamento, hoje estamos fazendo essa campanha e até o fim do ano estamos nesta campanha, veremos depois onde é que vou ficar á partir de Novembro assim que a campanha acabar.

P: Fala-se que muitos políticos lotaram os bolsos de grana á partir das gestões que fizeram nesse posicionamento?

HUGO: Não conheço nenhum deles que tinha lotado porque senão já teria estado na justiça, falar se fala, mas se não passar pela justiça fica só em suposições.

P: É mesmo que você faz parte de um ponto de encontro para desquitados no Iate Clube de Montevidéu nas sextas?

HUGO: É um lugar de um amigo meu que tem um lindo restaurante, tem uma boate, e a gente promociona para aquelas pessoas que estão querendo sair, ter uma noite alegre, porque aqui no Uruguai, esses lugares são para menores ou senão para muito maiores, então a gente tentou fazer um lindo lugar para pessoas na faixa de 25 até 50 anos.

P: O que se lembra da tua criancice na Fronteira uruguaio-brasileira da Amizade em Rivera (Uruguai) – Santana do Livramento (Brasil)? Morava do lado uruguaio? Torcedor do Nacional de Montevidéu e o Grêmio de POA sempre?

HUGO: Morei do lado de Rivera, a três quadras da divisa, sou menor de cinco irmãos, estudando de jogando bola todo o dia que era normal naquela época em qualquer cidade do Interior, fazendo muito esporte, jogava de pequeno, futebol, basquete, futebol de salão, fazendo muito esporte e jogando e fui sempre torcedor do Nacional de Montevidéu e Grêmio Porto-Alegrense. Sempre «Tricolor» e na Argentina do River Plate.

P: Foi Campeão Sul-Americano Juvenil em Caracas 1977? Quais foram os rivais brasileiros daquela geração? Alguns deles foram rivais no Brasil logo?

HUGO: O maior jogador dessa época era o Maradona e Maradona jogava na seleção argentina. Foi o número um. Quanto aos brasileiros acredito que aquele número 10, Guina que jogou no Vasco, que foi um dos melhores do Torneio mas logicamente quem teve melhor campanha foi o Maradona.

P: Lembrando aquela passagem em Porto Alegre? Um barzinho? Uma danceteria? Um bairro? Uma ruazinha? Uma banca de jornais?

HUGO: Morei em Petrópolis e morei em Montserrat, logicamente que a Rua Getúlio Vargas, naquela época predominavam os barzinhos e as boates, era um lugar que a gente quanto tinha dia livre ia, e tem muitos amigos ainda daquela época.

P: Uruguai fica fora da Taça do Mundo África do Sul 2010? Brasil é candidato no Mundial?

HUGO: Uruguai está lutando, ainda tem uma mínima chance, vai depender agora do jogo na altitude de Quito, pois se ele perder e Argentina ganhar já não vai chegar na quinta colocação ou seja que tem que ganhar esse jogo para manter alguma chance, está difícil mas ainda depende dele. Brasil é sempre candidato pelo potencial que tem, é lógico que novamente está classificado, vai ser candidato outra vez.

P: Dunga é burro mesmo como ás vezes ouve-se descer das arquibancadas?

HUGO: O que acontece que Dunga foi um lutador de toda vida, quando esteve na seleção teve que enfrentar todo mundo contra e venceu, é um vencedor a pesar que logicamente ele não é do paladar do torcedor e muitos da mídia que são os que direcionam para que fiquem acabando no final nesses gritos de «burro» mas de burro, não tem nada Dunga, é muito inteligente.

P: Foi rival dele?

HUGO: Fui rival e companheiro. Fui rival quando ele começava no Inter e fui companheiro no Corinthians e no Santos, por isso que eu conheço ele muito bem e sei qual é o seu potencial e que de «burro, não tem nada».

P: Rodolfo Rodríguez e Hugo acabaram pegando um microfone como comentaristas de rádio nos últimos jogos de times ou seleções brasileiras em Montevidéu no Estádio Centenario? Uma outra paixão está nascendo?

HUGO: Não, cada vez que vem jogar Brasil nos entrevistam porque jogamos nesse jogo, a gente já faz muita matéria quando vem o Brasil mas nenhum dos dois somos comentaristas de nada, foi circunstancial.

P: Só isso, te agradeço Hugo. Obrigado.

HUGO: Nada, obrigado você,

O PRAVDA agradece a Senhora Lucía Moratori, que foi coordenadora da reportagem com nosso destaque de hoje.

Correspondente PRAVDA.ru

Gustavo Espiñeira

Montevidéu – Uruguai

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey
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