Copa do mundo: Quando preconceitos e estereótipos vão pra escanteio...

Marcelo Machado | Editor-coordenador de Esportes do Jornal A Tarde

A Copa do Mundo serve, além de tudo, para derrubar preconceitos, estigmas, estereótipos. Ridicularizados como terroristas por Hollywood e tratados como muçulmanos xiitas no aspecto mais ignorante e pejorativo possível por parte da grande mídia ocidental, os iranianos esbanjaram cordialidade e simpatia quase baianas na Fonte Nova. Festivos, gritaram o jogo inteiro, embora o péssimo futebol da seleção deles não tenha ajudado nada, o que tornou a festa dos bósnios mais consistente.

Coincidentemente, meu assento estava localizado no meio da torcida iraniana. Os caras passaram o jogo inteiro num grito que seguia o ritmo de um líder com apito: "Irã!... (Pi-pipipi-pipi-pipipipi)... Irã! (Pi-pipipi-pipi-pipipipi) Irã!..." Falta de criatividade à parte, os prezados 'terroristas' também deram um show de bom humor. A certa altura, um grupo de gaiatos baianos que estava sentado umas duas  fileiras atrás passou a entoar um grito pró-Estados Unidos: "USA, USA, USA...".

Eis que um sorridente iraniano ainda mais gaiato passou a dançar ao som da provocação e reforçou o provocativo coro. Testemunha da cena, um gaúcho com a camisa do Internacional perguntou ao figuraça, em inglês, como ele conseguia manter-se tão alegre mesmo provocado. "A vida é muito curta, amigo. Faço questão de ser feliz a cada minuto", respondeu o nobre iraniano. Futebol à parte, foi o jogo mais divertido e edificante  na Fonte Nova até o momento.

 

 

 

 

 

Foi a mais animada torcida em jogos da Copa na Arena Fonte Nova (Fotos Agencia Estado)

 

Iranianos esbanjaram bom humor e empolgação na Fonte Nova, em Salvador (Foto: Raul Spinassé | Ag. A TARDE)

 

 

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey
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