O «Torto» uruguaio ficou cego: Defensor Sporting 0 x Estudiantes de la Plata 1 em Montevidéu.

O time argentino Estudiantes de la Plata acabou conquistando uma vitória extremamente importante em Montevidéu perante o Defensor Sporting de olho no jogo desta semana na «Cidade das Diagonais». Justiça no resultado final que teve um craque como a Juan Sebastián «a Bruxinha» Verón que jogando de pivô mostrou que não voltou para o time do peito para pendurar as chuteiras senão para arvorar mais um caneco.

O Estudiantes está comemorando quarenta anos das melhores lembranças internacionais no histórico do time na Taça Libertadores de América na hora que foi marcação deste torneio no finalzinho do decênio de 1960 e inícios de 1970 com uma turma com membros quase Deuses para a torcida alvi-vermelha como foi o caso Pachamé, Malbernat, Madero, Bilardo, Conigliaro. Aguiirre Suárez, Poletti e Verón (pai do craque atual). Essa alegria toda do «Picha-ratas» só ia encerrar o processo de sucessos em 1971 assim que o Nacional de Montevidéu conquistava a primeira Taça Libertadores das três que ainda tem nas vitrinas do Palácio Cristal da Avenida 8 de Octubre, retribuindo a gentileza do Estudiantes que tinha vencido os «tricolores» uruguaios na Final de 1969 e logo após o Peñarol em 1970, com uma turma bem mais fraca que aquela que tinha conseguido progredir no torneio pois os maiores destaques eram parte da turma da seleção uruguaia em México 1970.

Do jeito que tinha acontecido no jogo Defensor Sporting x Boca Juniors em Montevidéu faz duas semanas, a arquibancada Colombes, com lotação para 13 mil pessoas foi reservada para os torcedores argentino, agora do Estudiantes, que «vestiram» o 75% do cimento congelado.

Muitos ônibus e carros com placa argentina e uma faixa autocolante nos vidros: Com o a frase «Estudiantes que NO ni NO» alcançaram as redondezas do Parque Batlle, que é hóspede do Monumento Histórico do Futebol Mundial.

Fora isso, o trecho da Arquibancada Principal «América» do lado do túnel do visitante e rente á Colombes, hospedou mais dois mil torcedores argentinos que todos juntos montaram a melhor trilha sonora lembrando-se de jeito constante do «Lobo», o rival da cidade de La Plata , Gimnasia y Esgrima, que sofre o feitiço de não ser Campeão e pior ainda de agüentar as piadas dos «Pinchas» pois não conseguem vencê-lo nos Clássicos da Cidade faz...

Quanto ao Defensor Sporting, está perto, muito perto de ficar com o Torneio Clausura e Global no Uruguaio porém com grandes chances de obter pela primeira vez na história o Bi-Campeonato fora os dois grandões como Nacional e Peñarol que já conseguiram.

Além disso, a façanha de vencer o time Boca Juniors no próprio Estádio « La Bombonera » de Buenos Aires, conquistando uma vaga quase impossível de imaginar nas Quartas da versão 50 da Taça Libertadores, poderia ter feito descontrair os «tortos» uruguaios para o jogo perante o Estudiantes em Montevidéu.

Só que o «torto» uruguaio consiga mais uma façanha em Buenos Aires , como ocorreu perante o Boca Juniors, o Estudiantes encaminha-se rumo ás Semis e poderia ter como rival o Nacional de Montevidéu que duas horas depois do jogo na capital uruguaia empatou de 1 x 1 perante o «Verdão» no Paléstra Itália. Caso isso, acontecesse, os torcedores do Nacional vão começar lembrar aquele 1971, pois nas Semis venceram o Palmeiras e logo teve na Final o Estudiantes. Uma fase retrasada mas os mesmos rivais. Será que repete aquele grande primeiro sucesso internacional?

Mesmo assim vamos respeitar o Palmeiras e o Defensor Sporting que ainda brigam com chance procurando uma vaga nas Semis.

Estádio Centenario de Montevidéu.

Data: Quinta 28 de Maio de 2009.

Início: 19:30 h

Lotação: 45 mil pessoas.

Clima: Frio - 11°C

Jogo 121 da Taça Libertadores 2009.

Árbitro Central: Juan Soto (Venezuela)

Bandeirinhas: Luis Sánchez e Plácido Chuello (Venezuela)

Árbitro no plantão: Plácido Perluzzo (Venezuela).

Vistoria da Confederação Sul-Americana de Futebol: Hildo Nejar (Brasil).

Controle Dopagem da Confederação Sul-Americana de Futebol: Dr. José Veloso (Uruguai)

ESCALAÇÃO DEFENSOR SPORTING:

01 – Martín Silva (Goleiro e capitão); 21 – Pablo Pintos; 04 – Mario Risso; 02 – Jorge Curbelo; 18 – Sebastián Ariosa; 19 – Julio Marchant; 08 – Miguel Amado; 05 – Pablo «Teca» Gaglianone; 07 – Diego de Souza; 20 – Álvaro «Chinês» Navarro e 09 – Diego Vera.

PLANTÃO: 12 – Fernando Rodríguez (Goleiro); 15 – Carlos Díaz; 23 – Leandro Cabrera; 14 – Mauro Vila; 10 – Marcus «Nasa» García; 11 – Rodrigo Mora e 25 – Diego Rodríguez.

Treinador Principal: Jorge Orosman «Traça» da Silva.

Treinadores Aditos: Sergio Cabrera e Daniel Oddine.

ESCALAÇÃO ESTUDIANTES DE LA PLATA : 21 – Mariano Gonzalo Andujar (goleiro); 03 – Christian Ariel Cellay; 02 – Leandro Desabato; 14 – Marcos Alberto Angeleri; 22 – Rodrigo Braña; 16 – Germán David Re; 23 – Leandro Damián Benítez; 08 – Enzo Nicolás Pérez; 11 – Juan Sebastián Verón; 07 – Juan Manuel Salgueiro e 17 – Mauro Boselli.

PLANTÃO: 25 – Damián Albil (goleiro); 04 – Raúl Iberbia; 05 – Matías Sánchez; 06 – Federico Fernández; 09 – José Calderón; 20 – Diego Galván e 24 – Cristian S. Prette.

Treinador principal: Alejandro Sabella – Adito: Julián Camino.

Confira agora o evoluir do jogo nos noventa e tantos minutos.

Após muito tempo, o uniforme dos árbitros fez lembrar o início da Taça Libertadores, camisa, calção e meias pretas, que com jogadores «brancos» e «violetas» talvez poderia ter tido mudanças para os fluo que hoje estão na mota.

No início uma tabelinha perfeita dos uruguaios pela faixa esquerda do ataque entre o Vera, Navarro e Ariosa acabou gerando perigo na grande área do Estudiantes e uma imagem interessante do «torto» em campo que só ia continuar até os dez minutos na hora que após um escanteio visitante do cantinho esquerdo uma cabeçada forte do Mauro Boselli fez que o goleiro Martín Silva conseguisse uma defesa ótima que encaminhou a bola rumo ao pé direito do zagueiro argentino Leandro Desabato que no eixo da área pequena chutou encontrando de novo o goleiro Silva bem posicionado na cidadela e gerando mais uma escanteio.

Passaram apenas uns três minutos dessa jogada até que o craque camisa onze do Estudiantes, a famosa «Bruxinha» Verón, encarregou–se de uma cobrança fora da grande área do Defensor Sporting desde a faixa direita que bateu na cabeça do Mauro Boselli (nem foi cabeçada) para logo roçar o Desabato e fazendo explodir os torcedores argentinos que o destino fez que ficassem na arquibancada mais próxima para comemorar o gol, torcedores e jogadores juntos.

O árbitro venezuelano,percebeu duas chuteiras voando com destino final proibido na área pequena do Estudiantes após uma bagunça e dois zagueiros de cada time foram convidados visitar os vestiários com antecedência. Jorge Curbelo (02 – DSC) e 14 – Marcos Alberto Angeleri (14-EST).

A «Bruxinha» Verón ganhou logo cartão amarelo e no eixo dos 30 minutos, após um lance do faixa central do campo, o centroavante do Defensor Sporting, Álvaro «Chinês» Navarro pulou mais alto até que o próprio guardião Andujar que errou tentando segurar a bola. Após a cabeçada, a bola deu alguns quiques e passou lambuzando a coluna direita do Estudiantes. Acabou sendo a melhor chance do jogo para o anfitrião que logo errou na escolha para furar a rede argentina, pois acho que os lances parabólicos iam ser a única solução. O Andujar estava aí pulando uma e mil vezes com extrema precisão, que acabou sendo o «segurança» mesmo do gol.

Na segunda metade, magrinho que nem palito, o Mario Risso (04 – DSC) ganhou cartão amarelo, bem como o colega, Diego De Souza, que não foi aquele equilibrista acima do muro fazendo dribles e concretizando alvos seja qual for a porção do gramado que ele esteja galgando. Uma lesão do canhoto tinha criado uma dúvida na cabeça do treinador Da Silva que só confirmou sua presença após meio dia do jogo.

Logo, mais um cartão amarelo deu uma de espião desde o bolso do árbitro na procura do proprietário, o venezuelano Juan Soto, bracejou a cartolina para o Leandro Benítez de Estudiantes.

O time argentino acabou bem mais perto de aumentar a vantagem que o Defensor Sporting de empatar o jogo. Prova disso, foi que o Rodrigo Mora quase no final entrou até a borda da área pequena tendo que driblar o goleiro Andujar para fora, e na hora que arrumava o corpo para chutar ao gol, mais uma vez o Andujar deitado na grama conseguia enviar a bola para mais um escanteio, que logo acabou nas mãos dele, como sempre no decorrer da noite.

Foi a torcida do Estudiantes que gritou como se o time do peito tivesse furado a rede rival, só que acabou naquele «OOOOHHH» de sempre quanto a bola bateu no travessão do goleiro Martín Silva, após chute canhoto do Mauro Boselli.

Três minutos do suplementar nada mudou para o «torto» uruguaio que ficou quase cego para viajar rumo á cidade de La Plata.

As alterações no jogo detalham-se a seguir:

Defensor Sporting:

11 – Rodrigo Mora x 19 – Julio Marchant

14 – Mauro Vila x 20 – Álvaro «Chinês» Navarro.

10 – Marcus «Nasa» Garcia x 18 – Sebastián Ariosa

Estudiantes:

20 – Diego Galván x 07 – Juan Manuel Salgueiro.

06 – Federico Fernández x 23 – Leandro Benítez.

09 – José Luis Calderón x 17 – Mauro Boselli.

Correspondente PRAVDA.ru

Gustavo Espiñeira

Montevidéu – Uruguai

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey
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