Portugal: Verdes consideram comboio meio do futuro
150 anos após a primeira viagem, o comboio continua, na perspectiva de Os Verdes, a ser um meio de transporte de futuro, o menos poluente, o mais económico do ponto de vista energético, o mais seguro e o que menos impacto tem sobre a paisagem e o meio envolvente.
Desde o fim do séc. XIX que o comboio deu, sem dúvida, um valiosíssimo contributo para a mobilidade das pessoas e das mercadorias, tendo também assumido um papel fundamental no desenvolvimento do nosso país e em particular das regiões que serve e que atravessa. Exemplo disso foi o contributo dado pela linha do Douro e as suas linhas afluentes (Tâmega, Tua, Corgo, Sabor ) ao desenvolvimento da região do Alto Douro vinhateiro e do nordeste transmontano.
Por todas estas razões, Os Verdes não podem entender nem aceitar a falta de visão estratégica e de futuro deste governo, e dos outros que o antecederam, em relação à ferrovia. Em plena crise energética, com a ameaça que pesa sobre o planeta e mais concretamente sobre o nosso país como consequência das alterações climáticas, e sendo Portugal o país da Europa que mais tem vindo a aumentar as suas emissões de CO2 devido, em particular, ao aumento das emissões do sector rodoviário, o governo propõem-se encerrar mais linhas férreas e levar a cabo um conjunto de políticas que despromovem a ferrovia e que levam os cidadãos a recorrer cada vez menos ao comboio, tanto para transporte de passageiros como para de mercadorias (aumento de preços, descoordenação de horários, encerramento de estações, etc.).
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Os Verdes não se deixam ludibriar pelas iniciativas das comemorações dos 150 anos da ferrovia, da CP, REFER e do Governo, que não são mais do que acções de branqueamento das políticas de desmembramento e desvalorização do transporte ferroviário português, com os impactes que daí têm advindo para o isolamento das populações, para o abandono das regiões e para o crescimento do transporte rodoviário. Apesar de tudo, Os Verdes esperam ainda que o plano ferroviário que amanhã será anunciado, venha contrariar essa tendência e colocar a ferrovia no lugar pioneiro de transporte do futuro.
Para que isto aconteça, é necessário que toda a prioridade de investimento do plano não se concentre no TGV que, para Os Verdes, não é uma prioridade, pois não vai responder à necessidade de mobilidade dos portugueses nem do desenvolvimento das regiões.
E por isso, Os Verdes consideram que a melhor homenagem a prestar à ferrovia em Portugal neste momento de comemoração, por parte do governo, seria recuar na decisão em relação ao encerramento das linhas férreas, entre as quais as linhas do Corgo, Tua e Tâmega e canalizar o investimento para a modernização da ferrovia, como a urgente necessidade da modernização da linha do douro e o desvio da linha do norte na região de Santarém, entre outras.
Nestes 150 anos, Os Verdes não podiam deixar ainda de saudar e prestar homenagem a todos os trabalhadores ferroviários deste país e a todos quantos deram um contributivo para a construção e funcionamento dos caminhos-de-ferro portugueses.
PEV