Brasil: óleo e Gás - 9 bln. USD

Há cerca de um mês tivemos oportunidade de analisar os investimentos programados pela Petrobrás para o Espírito Santo, na área de petróleo e gás, em face dos problemas surgidos nos contratos da empresa com a Bolívia.

Destacamos então que os volumes de recursos estavam fixados em US$ 6 bilhões para o período 2006/2010 e, já agora podemos afirmar que foram ampliados para US$ 9 bilhões, tendo como base para esta rápida decisão as inegáveis perspectivas geradas pelas novas descobertas de gás e petróleo no Estado, além naturalmente da preocupação que está embutida no processo de nacionalização do gás boliviano.

Detalhando a nova posição projetada para o período, com foco na aceleração da produção de petróleo e gás no Espírito Santo, de imensa importância em termos nacionais, a empresa programa a terceira ampliação da Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas, cuja produção até 2008 deverá alcançar 20 milhões de metros cúbicos/dia.

O Plano Nacional de Gás prioriza a produção para compensar a falta do gás da Bolívia, prevendo, como destacamos em artigo recente, a conclusão do primeiro trecho do Gasene (gasoduto sudeste-nordeste) que ligará Linhares a Vitória, devendo ficar pronto em 2007. O terceiro trecho, de Linhares, no norte do Estado, a Cate, na Bahia, deverá estar concluído em 2008.

Enfeixando todo o programa que acaba de ser anunciado pelo gerente-geral da Petrobrás, Márcio Félix Bezerra, serão realizadas obras de perfuração de mais três poços no litoral capixaba, visando alcançar um aumento de produção, até 2010, da ordem de 10 milhões de metros cúbicos/dia. Em Canapu a Petrobrás persegue uma produção estimada em 2 milhões de metros cúbicos/dia até 2008, interligada que estará à plataforma FPSO através de um duto especial de 20 quilômetros de extensão. Para o Poço 164, está confirmada uma produção estimada em 6 milhões de metros cúbicos/dia, assegurada a sua ligação por gasoduto à Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas (UTGC).

Na parte sul do litoral ganha destaque o Poço 130, que produzirá óleo leve e gás em águas ultraprofundas, sendo a produção garantida por um navio plataforma FPSO, com capacidade para produzir 100 mil barris/dia e ligado à Bacia de Campos. No Parque das Conchas, anteriormente identificado como BC- 10, a produção começará em 2009 e terá um gasoduto ligando o navio a Ubú, em Anchieta. O campo tem óleo pesado e gás.

No Campo de Jubarte a plataforma P-34 entrará em atividade no final de agosto, com produção prevista para 60 mil barris/dia. O gás garantirá o funcionamento da plataforma e, já em 2010 outra plataforma a P-57, permitirá atingir uma produção de 180 mil barris/dia de óleo equivalente e 1,5 milhão de metros cúbicos de gás/dia. No conjunto do litoral sul, com esta nova programação, em Baleia Franca , Cachalote e Anã a plataforma P-58 estará produzindo 100 mil barris/dia.

Encarando este horizonte impressionante de investimentos, além naturalmente das perspectivas seguras que toda a cadeia produtiva estadual revela, teria o Espírito Santo que elaborar corajoso projeto – Plano de Desenvolvimento 2025 – que exigirá em 93 programas estruturais, recursos públicos e privados estimados em R$ 69 bilhões, viabilizando a maior maratona de desenvolvimento da história do Estado.

O Espírito Santo precisava saber como está, onde pode chegar e como vai chegar lá.

J.C.Monjardim Cavalcanti 

Jornalista

e ex-Secretário de Comunicação.

([email protected])

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey
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