Brasil receberá nova liderança da esquerda latinoamericana

O humanista Tomás Hirsch, ex-candidato à presidência do Chile pela frente de esquerda Juntos Podemos Más (Partido Humanista, Partido Comunista e mais cerca de 60 organizações políticas e sociais), estará no Brasil entre os dias 21 e 23 de julho, como parte de uma visita que irá realizar entre os meses de julho e outubro a vários países latino-americanos. A jornada, que começará com uma visita a Fidel Castro, tem como objetivo estabelecer conversas em torno da integração da América Latina e promover um fórum que será realizado em outubro em Quito (Equador), organizado por diversas entidades do continente.

No Brasil, constarão na agenda reuniões com parlamentares e lideranças de partidos de esquerda e de organizações sociais, e conferências em universidades no Rio de Janeiro e em São Paulo. Incluirá, ainda, o II Encontro Nacional do Partido Humanista do Brasil, que foi legalizado juridicamente em outubro do ano passado e agora está recolhendo as cerca de 430 mil assinaturas de apoio necessárias para poder participar das eleições. Com o Brasil, já existem no mundo 20 Partidos Humanistas legalizados, além de grupos de humanistas que trabalham nessa direção em diversos outros países.

No primeiro semestre, Hirsch visitou 11 países europeus, a convite de partidos e organizações sociais da região, para falar sobre a experiência da coalizão "Juntos Podemos Más", que é a maior aliança de esquerda do país desde a época de Salvador Allende, que unia o Partido Socialista e o Partido Comunista. Ele esteve em Portugal, França, Bélgica, Holanda, Inglaterra, Suécia, Dinamarca, República Tcheca, Suiça, Alemanha e Grécia.

Sobre Tomás Hirsch

A campanha de Tomás Hirsch à presidência chilena surpreendeu até mesmo os mais céticos entre os analistas políticos. Ele ficou conhecido como "fator H" por ter desestabilizado a candidatura da situacionista Michele Bachelet, levando o pleito ao segundo turno, além de ter conquistado o apoio de vários dirigentes das bases socialistas de sua concorrente. Na reta final, a campanha foi alavancada pela brilhante participação no debate promovido pela rede CNN. Internacionalmente, teve participação destacada na Cúpula dos Povos, em Mar del Plata, na Argentina, evento de protesto simultâneo à Cúpula das Américas, ocorrido no mesmo local. Esteve ao lado de Evo Morales e Hugo Chávez na manifestação convocada pelo futebolista Diego Maradona num grande estádio local, e foi ovacionado pela platéia.

Devido à forte projeção nacional e internacional obtida com a candidatura presidencial, foi eleito como uma das 10 personalidades políticas mais importantes do Chile no ano de 2005 pela publicação Reportajes, que é referência nacional nessa premiação. Com 48 anos de idade, Tomás Hirsch é casado e pai de dois filhos e já havia sido candidato à presidência pelo Partido Humanista (PH) em 1999.

Sua trajetória política inclui a fundação do Partido Humanista chileno no início da década de 80, o primeiro partido político legalizado no País após o início da ditadura de Pinochet. Ativo lutador pela democracia, foi dirigente nacional do "Movimento por Eleições Livres" durante o regime militar e co-fundador da "Concertación de Partidos por la Democracia", da qual o Partido Humanista se retira em 1993, por discordar dos rumos que essa havia tomado. Entre 1990 e 1992, foi embaixador do Chile na Nova Zelândia.

Mais informações: www.tomashirsch.cl

Sobre a frente Juntos Podemos Más

A frente Juntos Podemos Más foi formalizada em dezembro de 2003 para disputar as eleições municipais em 2004. É formada por mais de 60 organizações, sendo dois partidos políticos legalizados, o Partido Comunista e o Partido Humanista, 15 agrupações políticas não-legalizados, como a Izquierda Cristiana, MIR e Izquierda Socialista, e o restante de organizações sociais, sindicais, ecologistas e outras.

Poucos acreditavam no futuro pacto, mas ao final do pleito de 2004 foi reconhecido como a maior frente de esquerda desde os tempos de Salvador Allende, quando Partido Socialista e Partido Comunista atuaram em conjunto para instaurar um governo de cunho democrático e popular. A Juntos Podemos obteve quase 10% dos votos nas eleições municipais, quase o mesmo percentual obtido pelos partidos de Lagos (PPD) e de Bachelet (PS) individualmente. A cifra também é superior à soma do obtido pelos partidos integrantes do Juntos Podemos nas eleições anteriores.

No pleito presidencial do ano passado, o candidato Tomás Hirsch conseguiu 5,39% dos votos, cerca de 372.000 votos. Para o Senado e a Câmara federais, a frente não conseguiu eleger nenhum parlamentar devido ao sistema político chileno que só permite que a entrada de parlamentares dos dois partidos/coalizões mais votados. Contudo, foram 282.916 votos para o senado e 482.507 para a Câmara.

Mais informações: www.juntospodemosmas.cl

Sobre os Partidos Humanistas

O Partido Humanista do Brasil (PH) foi re-fundado em outubro de 2005 e agora trabalha para obter as cerca de 430 mil assinaturas de apoio necessárias para poder participar de eleições. O PH já havia existido no País na década de 80: foi pioneiro no lançamento da candidatura de uma mulher para a prefeitura de São Paulo e também na candidatura de um jovemnegro, de 18 anos, para a prefeitura do Rio de Janeiro. Perdeu a personalidade política em 1989, devido a mudanças na legislação. Participou ativamente da campanha pelo fim do comércio de armas no Brasil no final do ano passado e atualmente realiza uma campanha pelo voto optativo (www.ph.org.br).

O Partido Humanista do Chile foi o primeiro partido a se legalizar após o início da ditadura de Pinochet. Participou ativamente nas lutas pela democracia e chegou a integrar a Concertação, saindo em 1993 por discordar dos rumos da coalizão. É um dos principais articuladores e integrantes da frente Juntos Podemos Más que estremeceu o cenário político chileno a partir de 2004 (www.partidohumanista.cl).

No total, existem 20 partidos humanistas legalizados em todo o mundo em quatro continentes (América, Europa, Ásia e África). Desses, 5 são de países do Cone Sul (Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai). Diversos grupos de militantes humanistas impulsionam sua legalização nos países nos quais ainda não existem.

Mais informações:

Gustavo Barreto – Rio de Janeiro

Tels: (21) 8141-3313

E-mail: [email protected]

Sabine Mendes – Rio de Janeiro

Tel: (21) 2201-2442 ou (21) 9972-8825

E-mail: [email protected]

Paula Batista – Curitiba

Tel: (41) 8803-8181 ou (41) 9921-7678

Email: [email protected]

Maria Fernanda Pereira – São Paulo

Tel: (11) 9404-0041

E-mail: [email protected]

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey
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