Brasil: Comércio a crescer

Vendas no comércio fecham 2006 com crescimento de 6,2% - Em dezembro do ano passado, entretanto, comparado com novembro, o varejo teve quedas de 0,5% para volume de vendas e de 0,3% para a receita nominal (série com ajuste sazonal). 

Nas demais comparações (extraídas das séries sem ajustamento), as taxas para o volume de vendas foram de 5,7% sobre dezembro de 2005 e de 6,2% no acumulado do ano de 2006. Já a receita nominal cresceu 5,5% em relação a dezembro de 2005 e 7,3% na comparação anual.

As variações de -0,5% e de -0,3% sobre novembro foram os primeiros resultados negativos do varejo após quatro meses consecutivos de expansão. Entretanto, a tendência de crescimento do setor observada a partir de agosto se manteve, embora com perda de ritmo nos últimos meses.

Ainda na análise da série ajustada, calculada para quatro das oito atividades que compõem o varejo, todas registraram resultados negativos na comparação dezembro/ novembro: -6,7% para móveis e eletrodomésticos ; -3,3% para tecidos vestuário e calçados ; -0,7% para combustíveis e lubrificantes e -0,7% para hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo . Na mesma comparação, o segmento de veículos, motos, partes e peças , que faz parte do comércio varejista ampliado , obteve variação positiva, de 2,1%.

Já na relação dezembro 06/ dezembro 05, seis das oito atividades do varejo tiveram aumento no volume de vendas. As taxas, por ordem de importância no resultado global, foram as seguintes: 6,8% para hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo ; 15,6% para outros artigos de uso pessoal e doméstico ; 6,1% para móveis e eletrodomésticos ; 2,0% para tecidos, vestuário e calçados ; 17,4% para equipamentos e material para escritório, informática e comunicação ; 1,7% para artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos ; -3,7% para livros, jornais, revistas e papelaria ; e -4,6% para combustíveis e lubrificantes .

Hipermercados tiveram o maior impacto no resultado anual de 2006

O segmento de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo registrou expansão no volume de vendas em 2006 de 7,6% em relação ao ano anterior, o que o levou a responder por mais da metade da taxa global do varejo no ano. Esse desempenho reflete o aumento do poder de compra da população, decorrente basicamente da combinação de dois fatores: aumento da massa de salários e estabilidade de preços de produtos básicos.

Móveis e eletrodomésticos exerceu, em 2006, o segundo maior impacto no resultado geral, com variação de 10,3% no volume de vendas. Condições favoráveis de crédito ao consumo; melhoria do rendimento real e do emprego; e queda nos preços, proporcionada pela concorrência dos importados, foram os principais fatores de sustentação do resultado positivo pelo terceiro ano consecutivo.

A atividade de outros artigos de uso pessoal e doméstico , com o terceiro maior impacto, teve variação de 17,1% no volume de vendas em relação a 2005. Englobando lojas de departamento, óticas, joalherias, artigos esportivos e brinquedos, entre outros, o segmento também teve seu desempenho influenciado pelo comportamento das variáveis macroeconômicas do crédito, renda, emprego e preços.

O quarto maior impacto positivo no resultado do varejo em 2006 ficou com equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação , que registrou crescimento de 30,1% no volume de vendas. Dentre os fatores que determinaram esse desempenho, vale destacar a expressiva queda de preços dos produtos de informática, da ordem de 10,9%, segundo o IPCA.

A quinta maior contribuição positiva em 2006 veio de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria , com crescimento de 3,7%. A expansão da massa de salários, a popularização dos medicamentos genéricos e a diversificação na linha de produtos em gôndolas sustentaram o desempenho positivo pelo terceiro ano consecutivo.

A atividade de tecidos, vestuário e calçados , com a sexta maior participação na taxa global do varejo em 2006, teve aumento de 2,0% nas vendas, em comparação com 2005. A taxa, abaixo da média geral do varejo, pode ter sido influenciada por um aumento dos preços no setor, que, segundo o IPCA, foi de 5,1% no ano passado.

O segmento de livros, jornais, revistas e papelaria obteve o menor resultado positivo em 2006, 0,5%, figurando como a sétima maior participação no resultado global.

Já a atividade de combustíveis e lubrificantes teve, pelo segundo ano consecutivo, resultado negativo no volume de vendas: -8,1% em relação a 2005. Esse desempenho deve-se basicamente à racionalização na demanda de combustíveis automotivos, com conseqüente mudança na estrutura de consumo dos produtos, em que o item de maior preço (a gasolina) vem sendo progressivamente substituído pelos mais baratos (álcool e, principalmente, GNV) - processo motivado pelos sucessivos aumentos de preços dos combustíveis em geral e facilitado pela expansão da oferta de gás veicular e pelo crescimento da frota de carros modelo flex .

De novembro para dezembro, vendas caíram em 19 dos 27 estados

Na comparação dezembro/ novembro, 8 estados tiveram variações positivas no volume de vendas e 19 registraram queda. Os principais acréscimos ocorreram em Mato Grosso (2,0%), Bahia (1,8%) e Goiás (1,1%). Já as principais quedas se estabeleceram no Amazonas (-5,3%), Roraima (-4,0%), Tocantins (-3,8%), Distrito Federal (-3,6%) e Pernambuco (-3,3%).

Ainda no corte regional, 22 das 27 Unidades da Federação tiveram resultados positivos no volume de vendas, na comparação dezembro 06/ dezembro 05, com as variações de maior magnitude no Acre (36,6%), Alagoas (29,0%), Amapá (25,4%), Roraima (14,8%) e Tocantins (12,2%). Os maiores resultados negativos ocorreram em Mato Grosso (-4,6%), Piauí (-4,0%) e Rio Grande do Norte (-3,0%).

Quanto à participação na composição da taxa do comércio varejista, os destaques, pela ordem, foram São Paulo (5,2%), Minas Gerais (10,3%), Rio de Janeiro (4,7%), Bahia (11,3%) e Santa Catarina (7,8%).

Em termos de resultados acumulados em 2006, os maiores acréscimos no volume de venda ocorreram em Roraima (30,1%), Acre (27,5%), Amapá (23,6%), Alagoas (18,7%) e Tocantins (18,7%). Somente o estado do Mato Grosso registrou variação negativa, de -9,9%.

Comércio varejista ampliado cresceu 6,5% em 2006

Para o comércio varejista ampliado (varejo mais as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção ), as variações acumuladas em 2006, na comparação com 2005, foram de 6,5% para o volume de vendas e de 7,6% na receita nominal de vendas.

Em relação ao mesmo mês de 2005, as vendas de veículos, motos, partes e peças registraram, em dezembro do ano passado, crescimento de 8,3%, acumulando taxa de 7,3% em 2006. A aceleração na queda das taxas de juros, bem como o aumento do número de prestações, foram os principais fatores para esse aumento. Já o segmento de material de construção completou, em dezembro de 2006, o oitavo mês consecutivo de crescimento, com variação de 8,5% sobre dezembro de 2005, refletindo principalmente as medidas oficiais de incentivo à construção civil. No ano passado, a taxa atingiu acumulado de 5,7%.

Em relação à taxa mensal (novembro/ dezembro) do varejo ampliado, os melhores desempenhos estaduais para o volume de vendas foram os do Acre (58,2%), Amapá (33,0%), Pará (25,7%), Rondônia (24,2%) e Alagoas (23,6%). Em termos de impacto no resultado global, os destaques foram São Paulo (3,9%), Minas Gerais (10,7%), Rio de Janeiro (6,5%), Paraná (6,7%) e Pará (25,7%).

Ricardo Bergamini


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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey
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