Brasil: Emprego industrial aumenta

Base: Julho de 2006

Emprego industrial tem variação de 0,3% de junho para julho

Em julho, o emprego industrial teve variação positiva de 0,3% em relação ao mês de junho, na série livre de influências sazonais. A taxa foi a mesma (0,3%) no confronto com julho de 2005, sendo o primeiro resultado positivo após nove taxas negativas. Os indicadores acumulados no ano e nos últimos doze meses apresentaram recuo de 0,4%. O ligeiro acréscimo na passagem de junho para julho manteve estável a trajetória do indicador de média móvel trimestral, que apresentou variação de 0,1% entre os trimestres encerrados em julho e junho.

Em relação a julho de 2005, emprego industrial cresceu em seis das 14 áreas pesquisadas

Em relação a julho de 2005, o resultado positivo (0,3%) refletiu o crescimento do emprego em seis das quatorze áreas investigadas, com destaque para região Norte e Centro-Oeste (9,2%) e São Paulo (1,4%). O ramo alimentos e bebidas foi determinante na formação dos resultados desses locais, apresentando, respectivamente, aumentos de 23,7% e 10,5%. Entre as áreas que reduziram o contingente de trabalhadores, as principais pressões negativas vieram do Rio Grande do Sul (-8,6%) e Paraná (-1,1%). Calçados e artigos de couro (-20,0%), na indústria gaúcha, e madeira (-9,2%), na paranaense, foram os destaques negativos mais significativos nestes estados.

Em nível nacional, o pessoal ocupado aumentou em sete dos dezoito setores, frente a julho de 2005, com alimentos e bebidas (6,6%) e refino de petróleo e produção de álcool (15,2%) respondendo pelos impactos positivos mais relevantes. Vale ressaltar que o aumento do emprego no setor de refino de petróleo e produção de álcool está diretamente relacionado à safra de cana-de-açúcar. Por outro lado, calçados e artigos de couro (-11,5%) e máquinas e equipamentos (-4,9%) deram as contribuições negativas mais significativas.

No indicador acumulado (janeiro-julho), o nível de emprego na indústria foi 0,4% menor do que no período janeiro-julho de 2005. Este resultado pode ser explicado, sobretudo, pelos recuos observados em oito dos quatorze locais e em onze dos dezoito ramos. No total do país, os destaques negativos mais relevantes, em termos de participação, foram calçados e artigos de couro (-13,1%) e máquinas e equipamentos (-7,5%). Entre as áreas, Rio Grande do Sul (-9,0%) e região Nordeste (-2,5%) deram as principais contribuições negativas. Já os principais acréscimos no nível de emprego foram observados nos setores de alimentos e bebidas (8,5%) e máquinas, aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (5,6%), entre os locais, na região Norte e Centro-Oeste (9,6%) e em São Paulo (0,9%).

Ao longo de 2006, o índice de média móvel trimestral apresentou discreta variação positiva frente ao mês anterior, tendo acumulado entre fevereiro e julho aumento de 0,6%. Esse movimento guarda relação com a suave trajetória de crescimento da produção que, segundo o mesmo tipo de indicador, mostrou acréscimo de 0,8% entre março e julho últimos.

Número de horas pagas caiu 1,2% em relação a junho

Em julho, o número de horas pagas aos trabalhadores da indústria registrou decréscimo de 1,2% em relação a junho, na série livre dos efeitos sazonais. Com este resultado, o indicador de média móvel trimestral recuou 0,3% entre os trimestres encerrados em julho e junho. Na comparação com igual mês do ano anterior, o número de horas pagas ficou praticamente estável (0,1%). Nos outros indicadores foram registradas as seguintes taxas negativas: -0,1% no acumulado no ano e -0,2%, no acumulado nos últimos doze meses.

A variação positiva (0,1%) no número de horas pagas, no indicador mensal, foi determinada pelo aumento na intensidade de trabalho em oito dos quatorze locais e dez dos dezoito ramos pesquisados. Em termos setoriais, os maiores impactos positivos vieram de alimentos e bebidas (4,4%); máquinas, aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (8,0%); e refino de petróleo e produção de álcool (14,5%). Em sentido contrário, vestuário (-6,2%) e calçados e artigos de couro (-7,2%) foram as pressões negativas mais relevantes.

Ainda na comparação com julho de 2005, os locais que exerceram as maiores influências positivas foram a região Norte e Centro-Oeste (8,5%) e São Paulo (1,7%). Na região Norte e Centro-Oeste, treze das dezoito atividades aumentaram o número de horas pagas, vindo de alimentos e bebidas (18,4%), madeira (5,8%) e refino de petróleo e produção de álcool (15,9%) as principais contribuições. Na indústria paulista, alimentos e bebidas (4,1%) e máquinas, aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (8,2%) exerceram as maiores pressões positivas. Por outro lado, as principais reduções no número de horas pagas vieram do Rio Grande do Sul (-8,4%) e do Paraná (-3,2%), onde os destaques foram os calçados e artigos de couro (-12,9%) e madeira (-16,7%), respectivamente.

O indicador acumulado no período janeiro-julho registrou ligeira variação negativa de 0,1%, em conseqüência do recuo de nove áreas e onze setores. Os locais responsáveis pelas principais quedas foram Rio Grande do Sul (-8,1%), Paraná (-5,0%) e região Nordeste (-2,6%). Em sentido contrário, São Paulo (2,2%) e a região Norte e Centro-Oeste (9,4%) exerceram as maiores pressões positivas. No total do país, os impactos negativos mais relevantes vieram de madeira (-12,8%) e calçados e artigos de couro (-7,9%). Já alimentos e bebidas (6,2%) e máquinas, aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (9,4%) foram os de maior impacto positivo.

Em relação a junho, folha de pagamento caiu 0,2%

Em julho, o valor da folha de pagamento real dos trabalhadores da indústria, descontados os efeitos sazonais, recuou 0,2% em relação ao mês anterior. Nas comparações com iguais períodos do ano passado, os resultados registraram as seguintes taxas positivas: 1,9% em relação a julho de 2005, 0,9% no acumulado no ano e 1,7% no acumulado nos últimos doze meses. O indicador de média móvel trimestral se mantém virtualmente estável, com variação de 0,2% em julho.

No confronto com julho de 2005, a folha de pagamento real registrou expansão de 1,9%, com taxas positivas em onze dos quatorze locais pesquisados. A principal contribuição veio de São Paulo (2,0%), por conta, sobretudo, dos aumentos em produtos químicos (25,8%), alimentos e bebidas (5,5%) e máquinas, aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (6,7%). Vale mencionar também o aumento real da folha de pagamento em Minas Gerais (8,4%), em razão de metalurgia básica (11,3%), máquinas, aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (44,4%) e produtos químicos (15,1%); e da região Norte e Centro-Oeste (8,2%), em função de alimentos e bebidas (8,3%), máquinas, aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (20,6%) e produtos químicos (37,5%). Em sentido contrário, as influências negativas foram observadas no Rio Grande do Sul (-9,8%) e Paraná (-2,9%), devido, respectivamente, à redução da massa salarial em calçados e artigos de couro (-26,1%) e borracha e plástico (-17,4%); e alimentos e bebidas (-9,8%) e madeira (-15,4%).

Ainda na mesma comparação, a folha de pagamento real aumentou em nove dos dezoito setores fabris investigados, no total do país. Os maiores impactos positivos vieram de produtos químicos (12,6%), alimentos e bebidas (4,4%) e máquinas, aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (9,2%). Por outro lado, as maiores quedas vieram de máquinas e equipamentos (-4,2%) e calçados e artigos de couro (-13,5%).

No indicador acumulado no ano, o valor real da folha de pagamento registrou expansão de 0,9%, com acréscimo em onze dos quatorze locais. As maiores influências positivas vieram de Minas Gerais (7,6%), devido, sobretudo, aos meios de transporte (14,7%) e metalurgia básica (6,1%); de São Paulo (1,0%), por conta de produtos químicos (30,9%) e máquinas, aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (12,6%); e da região Norte e Centro-Oeste (7,9%), em função de alimentos e bebidas (11,0%) e máquinas, aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (23,9%). Por outro lado, Rio Grande do Sul (-8,2%) e Paraná (-5,1%), por conta, respectivamente, de calçados e artigos de couro (-22,8%) e alimentos e bebidas (-9,6%), foram os locais onde se observaram as principais perdas salariais.

No total do país, houve aumento na folha de pagamento em oito das dezoito atividades. As contribuições positivas mais significativas vieram de produtos químicos (13,6%) e máquinas, aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (11,7%), enquanto máquinas e equipamentos (-9,7%) e calçados e artigos de couro (-13,0%) exerceram as principais pressões negativas.

Ricardo Bergamini
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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey
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