Brasil: Sector agrícola

O valor da produção primária florestal do país, em 2006, somou R$ 10,9 bilhões, segundo a Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura, um aumento de 6,8%. Deste total, 66,0% (R$ 7,2 bilhões) foram provenientes da silvicultura (exploração de florestas plantadas) e 34,0% (R$ 3,7 bilhões) do extrativismo vegetal (R$ 3,2 bilhões da produção madeireira com carvão vegetal, lenha, madeira em tora e nó-de-pinho e R$ 539,2 milhões referentes a extração vegetal não-madeireira). O extrativismo do carvão caiu 15,7%, revertendo a tendência de crescimento desde 1998.


Nove produtos somam 93,7% do valor da produção extrativista vegetal não-madeireira


Foram investigados 37 itens ou produtos não-madeireiros, com destaque para nove deles: frutos de açaí (R$ 103,2 milhões), amêndoas de babaçu (R$ 102,2 milhões), fibras de piaçava (R$ 88,9 milhões), erva-mate nativa (R$ 86,9 milhões), pó cerífero e cera de carnaúba (R$ 48,6 milhões e R$ 13,3 milhões, respectivamente), castanha-do-pará (R$ 43,9 milhões), palmito nativo (R$ 9,9 milhões), látex coagulado de hévea ou seringueira nativa (R$ 7,9 milhões). Estes itens somaram 93,7% do valor total da produção extrativista vegetal não-madeireira do país, em 2006.


A região Norte detém 90,7% da produção nacional de açaí (fruto), 98,3% de castanha-do-pará, 11,3% de fibras de piaçava, 94,7% de palmito e 99,8% de látex coagulado de hévea. A Nordeste contribui com 9,3% da produção de açaí (fruto), 99,2% de amêndoas de babaçu, praticamente 100% das produções de pó cerífero e de cera de carnaúba e 88,7% de fibras de piaçava. A Sul concentra 99,8% de toda erva-mate colhida no país. Já Sudeste e Centro-Oeste não participam expressivamente dos nove principais itens do extrativismo vegetal não-madeireiro.


No segmento da silvicultura, a produção de resina (oleorresina de pinus e de outras espécies florestais) somou 61.077 t e a de cascas de acácia-negra, 262.313 t. A produção de folhas de eucalipto, utilizada na fabricação de óleo essencial (eucaliptol) totalizou 48.364 t, e o maior produtor nacional foi mais uma vez o município mineiro de São João do Paraíso (24.938 t, 19,8% menor que a do ano de 2005).


A produção de açaí, em 2006, somou 101.341 t, sendo 3,4% menor que a de 2005. O principal produtor é o Pará (87,4% do total). Os municipios paraenses de Limoeiro do Ajuru, Ponta de Pedras, Igarapé-Miri, Oeiras do Pará, Muaná, São Sebastião da Boa Vista, Mocajuba, Barcarena, Cachoeira do Arari e Inhangapi responderam por 68,5% da produção nacional.


A produção de amêndoas de babaçu foi de 117.150 t e o Maranhão concentrou 94,2% deste total. Para as fibras de piaçava, foram coletadas 80.942 t, 6,5% menos que em 2005, e a Bahia respondeu por 88,7%, seguida pelo Amazonas 11,3%.


O maior produtor de erva-mate do Brasil foi o Paraná (152.971 t) com 65,5% do total nacional (233.360 t). Os demais estados da região Sul também se destacaram: Santa Catarina (41.833 t) e Rio Grande do Sul (38.127 t). O município paranaense de São Mateus do Sul detém 14,8% do total brasileiro.


A produção de pó cerífero de carnaúba somou 19.280 t (0,7% maior do que em 2005). O Piauí liderou com 11.809 t, ou 61,3% da produção. Já a cera de carnaúba totalizou 3.130 t, em 2006, com decréscimo de 2,5%. O Ceará concentrou 81,0% do total.


Foram produzidas 28.806 t de castanha-do-pará, uma queda de 5,7% em relação à produção anterior de 30. 555 t. O Acre concentrou 35,5% do total coletado, seguido por Amazonas (31,8%), Pará (18,4%) e Rondônia (9,2%). O município de Rio Branco, no Acre, deteve 9,9% do total nacional.


A quantidade de palmito extraída de espécimes nativos somou 6.524 t, 17,0% menor que a do ano anterior. O Pará produziu 92,8% do total nacional, sendo o município de Anajás (2.000 t) responsável por 30,7% do total coletado.


Extração de Hévea é 13,5% menor


Em 2006, a produção extrativista de borracha coagulada de seringueira foi de apenas 3.942 t, 13,5% menor do que em 2005. No mesmo ano, segundo dados do IBGE fornecidos pela pesquisa da Produção Agrícola Municipal, a produção nacional de borracha cultivada somou 175.723 t, de forma que, no total, o país produziu 178.665 t, cabendo ao segmento extrativista 2,2% deste número. O Amazonas e o Acre são os maiores produtores de borracha natural coletada em seringais nativos, com 51,9% e 35,7% do total, respectivamente.


Extrativismo do carvão cai 15,7%


A produção de carvão da silvicultura (florestas cultivadas) aumentou 3,3%, alcançando 2.608.847 t. Já o carvão oriundo do extrativismo apresentou declínio de 15,7% ( 2 505 733 t), revertendo a tendência de crescimento observada desde 1998. No total, a produção de carvão vegetal somou 5.114.580 t, 6,9% menor que a de 2005.


Em 2006, os principais estados produtores de carvão vegetal da silvicultura foram Minas Gerais (75,7%), Maranhão (9,8%), Bahia (3,1%), São Paulo (2,9%), e Mato Grosso do Sul (2,8%). Buritizeiro, em Minas Gerais, com 446.795 t, respondeu por 17,1% do total produzido no país. Para o carvão vegetal obtido com material lenhoso da extração vegetal, Mato Grosso do Sul (24,0%), Maranhão (19,0%), Bahia (14,5%), Goiás (11,4%), Minas Gerais (10,5%) e Pará (8,6%) são os maiores produtores nacionais.A Bahia teve queda na produção de 54,6%.


Foram produzidos 36.110.455 m³ de lenha da silvicultura e 45.159.866 m³ de lenha oriunda do extrativismo vegetal. No total, 81.270.321 m³ de lenha, ou 0,4% a mais que em 2005. Para lenha da silvicultura, os principais estados produtores foram o Rio Grande do Sul (37,1%), São Paulo (19,9%), Santa Catarina (13,7%), Paraná (13,6%) e Minas Gerais (7,2%). Os maiores municípios produtores de lenha da silvicultura foram os gaúchos Butiá (800.000 m³), Taquari (764.000 m³) e Santa Cruz do Sul (752.768 m³).


Na produção de lenha do extrativismo vegetal, destacaram-se Bahia (24,8%), Ceará (10,2%), Pará (8,6%), Maranhão (7,2%) e o Paraná (6,2%). O maior produtor de lenha oriunda do extrativismo vegetal foi o município baiano de Euclides da Cunha (720 000 m³).


Quanto à madeira em tora, a produção nacional de 2006 totalizou 118.752.800 m³, sendo 84,9% proveniente de florestas cultivadas e 15,1% coletada em vegetações nativas. A produção de madeira na atividade extrativista somou 17.985.901 m³, 3,5% maior (613.473 m³) que a registrada em 2005. O Pará (9.506.602 m³) contribuiu com 52,9% desse total.


No segmento das florestas plantadas ou cultivadas, a produção somou 100.766.899 m³, o que significou um aumento de 0,2% (152.256 m³) em relação à produção de 2005. Neste total, a produção de madeira para papel e celulose somou 55.114.729 m³ (0,8% maior), com São Paulo líder na produção nacional (35,6%). A madeira para outras finalidades (construção civil, movelaria, construção naval, etc.), teve descréscimo de 0,6%. O Paraná respondeu por 14.097.505 m³ (30,9% dos 45 652 170 m³ produzidos em 2006).


Fonte: Comunicação Social – IBGE
http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=1052

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey
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