Brasil: Produção industrial cresce 0,8% de outubro para novembro de 2006

Foi o segundo resultado positivo consecutivo do índice com ajuste sazonal, o que levou a uma expansão de 1,8% entre os meses setembro e novembro de 2006. No confronto com novembro de 2005, o aumento foi de 4,2%.

Foi o segundo resultado positivo consecutivo do índice com ajuste sazonal, o que levou a uma expansão de 1,8% entre os meses setembro e novembro de 2006. No confronto com novembro de 2005, o aumento foi de 4,2%.

Assim, a indústria acumulou no período janeiro-novembro de 2006 crescimento de 3,1%, acima dos 2,9% observados no acumulado até outubro. A taxa anualizada (acumulada nos últimos 12 meses) manteve a trajetória de aceleração, passando de 2,8% em outubro para 3,0% em novembro.

O avanço de 0,8%, observado na passagem de outubro para novembro faz com que o patamar de produção alcance o seu nível recorde. Dos 23 ramos que têm séries ajustadas sazonalmente, 14 tiveram crescimento, sendo particularmente significativa a influência de refino de petróleo e produção de álcool (4,6%), que voltou a crescer após quatro taxas negativas consecutivas e uma perda acumulada de 9,5%.

Também merecem destaque as contribuições positivas de outros equipamentos de transporte (10,1%), bebidas (4,9%), outros produtos químicos (1,8%) e indústria extrativa (2,2%). Por outro lado, as principais pressões negativas vieram de veículos automotores (-1,0%); metalurgia básica (-0,7%); perfumaria, sabões e produtos de limpeza (-1,4%) e vestuário (-2,1%).

Ainda na comparação com outubro, o setor de bens de capital (2,2%) sustentou o maior ritmo de crescimento entre as categorias de uso, superando dois meses consecutivos de queda, quando acumulou uma perda de 2,4%. A produção de bens intermediários (1,6%), segmento de maior peso na estrutura industrial, também ficou acima da média global (0,8%). Já os segmentos de bens de consumo, tanto os duráveis (-0,1%) como os semi e não-duráveis (-0,6%), tiveram decréscimo, após registrarem taxas positivas em outubro (3,7% e 0,4% respectivamente).

Na comparação com o mesmo mês de 2005, a produção industrial sustenta resultados positivos há cinco meses consecutivos. Em relação a novembro/ 05, a maioria (21) dos 27 ramos pesquisados teve aumento na produção, sendo que os impactos positivos mais importantes para o índice geral vieram de máquinas para escritório e equipamentos de informática (54,5%), máquinas e equipamentos (9,6%) e indústria extrativa (8,8%). Nessas atividades, os itens que mais se destacaram foram, respectivamente, computadores e monitores; fornos microondas e refrigeradores; e minérios de ferro e petróleo.

Também vale destacar os desempenhos positivos das indústrias farmacêutica (10,9%), de bebidas (8,8%), de outros produtos químicos (4,1%) e de material eletrônico e equipamentos de comunicações (7,4%). Entre os ramos com queda na produção, os que mais pressionaram a taxa global foram edição e impressão (-2,1%) e madeira (-7,2%).

Ainda na comparação com novembro de 2005, todas as categorias de uso tiveram taxas positivas, com destaque para bens de consumo duráveis (10,4%), que registrou pelo segundo mês consecutivo expansão a dois dígitos, e bens de capital (7,9%). As produções de bens intermediários (3,2%) e bens de consumo semi e não-duráveis (2,8%) também cresceram, mas abaixo da média (4,2%).

Entre os bens de consumo duráveis, além do avanço na fabricação de automóveis (3,0%), destacaram-se o item telefones celulares (29,5%) e o grupo eletrodomésticos (14,3%). Neste último, a principal contribuição veio do subsetor de "linha branca 1" (22,3%).

Já o desempenho dos bens de capital, que mantêm cinco resultados positivos consecutivos, está sustentado principalmente pelos bens de capital para uso misto (17,5%) e por aqueles para fins industriais (13,9%), seguidos pelos bens de capital para energia elétrica (7,2%) e para construção (0,9%). Nos demais subsetores, as taxas seguem negativas: bens de capital agrícolas (-7,7%) - 27 meses consecutivos de queda - e bens de capital para transporte (-2,7%).

A produção de bens intermediários (3,2%) tem resultados positivos em quase todos os subsetores, com exceção de combustíveis e lubrificantes elaborados (-3,1%).

Nessa categoria de uso, o maior impacto positivo veio de insumos industriais elaborados (2,8%). Também cabe mencionar o comportamento favorável do subsetor de insumos industriais básicos (12,9%), refletindo sobretudo a maior extração de minérios de ferro. Os grupamentos de insumos para a construção civil (4,1%), que registra a sétima taxa positiva consecutiva, e de embalagens (1,9%) também apontam expansão.

Por fim, no segmento de bens de consumo semiduráveis e não-duráveis (2,8%), o principal destaque positivo foi o subsetor de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (3,7%), seguido pelo subsetor de outros não-duráveis (3,2%). O grupamento de semiduráveis (-0,8%) é o único com resultado negativo nessa categoria de uso.

O crescimento de 3,1% no indicador acumulado de janeiro a novembro de 2006, frente a igual período de 2005, teve perfil generalizado, atingindo 21 setores. No corte por atividades, a liderança, em termos de impacto sobre o índice global, permanece com máquinas para escritório e equipamentos de informática (52,8%), cabendo aos itens computadores e monitores os maiores destaques.

Outras contribuições positivas relevantes vieram da indústria extrativa (7,3%), por conta da extração de minérios de ferro e de petróleo; de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (10,4%), sobretudo em razão da expansão na fabricação de transformadores; de alimentos (2,0%), devido ao aumento na produção de açúcar cristal; e de máquinas e equipamentos (3,8%), apoiado nos itens refrigeradores e compressores. Por outro lado, as pressões negativas mais significativas continuaram vindo de outros produtos químicos (-1,3%), madeira (-7,2%) e vestuário (-4,8%).

Ainda nesse tipo de comparação, todos os índices por categorias de uso mostram taxas positivas e confirmam o padrão de expansão observado ao longo de 2006, com maior dinamismo para os setores de bens de consumo duráveis (7,3%) - impulsionado principalmente pela expansão do crédito e pelo aumento da massa salarial - e de bens de capital (5,7%), apoiado, em grande parte, pelo avanço nos segmentos de informática e de equipamentos elétricos. A produção de bens de consumo semi e não-duráveis (2,9%) segue próxima do índice da indústria, enquanto bens intermediários (2,1%) é o único setor com desempenho abaixo da média.

Em síntese, os índices para novembro de 2006 reforçam os sinais de discreta recuperação no ritmo da atividade fabril. Com esses resultados, a média móvel trimestral (indicador de tendência), que aponta variação positiva de 0,2% entre os trimestres encerrados em outubro e novembro, continua mostrando discreto aumento frente ao mês anterior desde abril de 2006, acumulando nesse período expansão de 2,0%. Também no acumulado desde abril, a média móvel trimestral para o setor de bens de capital registra avanço de 3,1%. O mesmo indicador é positivo também para bens intermediários (1,1%) e bens de consumo semi e não-duráveis (0,2%), enquanto para bens de consumo duráveis (-2,8%) apresenta clara desaceleração.

Nota:

1 Refrigeradores, congeladores, fogões de cozinha e máquinas de lavar roupa.

Arquivos oficiais do governo estão disponíveis aos leitores.

Ricardo Bergamini
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http://paginas.terra.com.br/noticias/ricardobergamini

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey
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