Produção Industrial cresce 2,7% em junho

Em junho de 2008, a produção industrial cresceu 2,7% frente a maio, na série com ajuste sazonal. Em relação a junho de 2007, a expansão foi de 6,6%. No acumulado para o primeiro semestre de 2008, o crescimento chegou a 6,3%. Os índices para o segundo trimestre de 2008 foram positivos, tanto frente a igual período de 2007 (6,2%), quanto em relação ao trimestre imediatamente anterior (1,0%) - na série com ajuste sazonal. O acumulado nos últimos doze meses (6,7%) repetiu o resultado de maio.

O avanço de 2,7% observado no total da Indústria, na passagem de maio para junho, foi o maior acréscimo neste tipo de comparação desde os 3,5% observados em outubro de 2007, levando o patamar de produção do setor a atingir nível recorde, 1,6% acima do ponto máximo atingido naquele mês. Este crescimento teve perfil generalizado, alcançando 23 ramos e todas as categorias de uso. Entre os setores, a maior contribuição positiva sobre a média global veio de veículos automotores (9,8%), seguido por máquinas para escritório e equipamentos de informática (14,2%); minerais não-metálicos (5,8%); outros produtos químicos (2,6%); e borracha e plástico (4,4%). Por outro lado, entre as quatro atividades que assinalaram queda, edição e impressão (-4,5%) e alimentos (-0,6%) exerceram as pressões negativas mais relevantes.

No corte por categorias de uso, ainda na comparação com o mês anterior, a expansão na produção foi mais intensa nos segmentos de bens de capital (7,7%) e de bens de consumo duráveis (7,0%), que registraram seus maiores incrementos desde novembro de 2003 (9,7%) e fevereiro de 2006 (7,2%), respectivamente. Os resultados nas demais categorias de uso também foram positivos: bens intermediários (2,8%) e bens de consumo semi e não-duráveis (1,2%), que alcançaram a segunda expansão consecutiva, acumulando nestes dois meses ganhos de 3,5% e 2,5%, respectivamente.

Com o resultado de junho, o índice de média móvel trimestral avançou 0,8%, após ficar praticamente estável nos dois últimos meses. Entre as categorias de uso, bens de consumo duráveis (1,2%), bens intermediários (1,2%) e bens capital (1,1%) mostraram os maiores avanços entre maio e junho. O setor de bens de consumo semi e não-duráveis (0,4%), único com resultado positivo no mês anterior, exibiu o ganho menos intenso em junho. Ainda na série com ajuste sazonal, na comparação trimestre imediatamente anterior, a produção industrial ganhou ritmo, passando de 0,6% (no primeiro trimestre do ano frente ao quarto trimestre de 2007) para 1,0% (no segundo trimestre), mantendo assim uma seqüência de onze trimestres de taxas positivas, período em que acumulou um ganho de 13,7%.

Na comparação junho 2008/junho 2007, a indústria cresceu 6,6%, 24º resultado positivo consecutivo neste tipo de indicador, com a maioria (21) dos 27 ramos pesquisados assinalando aumento na produção. Vale destacar que a produção, em junho de 2008, contou com um dia útil a mais do que em junho de 2007. O setor de veículos automotores (19,4%) manteve-se como a indústria de maior impacto positivo na formação da taxa global, seguido por outros equipamentos de transporte (39,5%); metalurgia básica (8,3%); indústrias extrativas (7,6%); borracha e plástico (11,4%) e minerais não-metálicos (11,0%). Entre as cinco atividades que apontaram queda na produção, destacaram-se perfumaria, sabões e produtos de limpeza (-7,5%); fumo (-9,1%) e calçados e artigos de couro (-10,2%). Nos índices por categorias de uso, bens de capital (20,3%) e bens de consumo duráveis (15,2%) exibiram os resultados mais elevados, ambas com expansão bem acima da média industrial (6,6%). A produção de bens intermediários (5,6%) alcançou taxa próxima à média da indústria, enquanto bens de consumo semi e não-duráveis (0,8%) teve desempenho mais moderado, segmento onde todos os subsetores registraram queda na produção, com exceção de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (4,9%).

No corte trimestral, observou-se que o setor industrial, ao crescer 6,2% no segundo trimestre de 2008 frente ao segundo trimestre de 2007, sustenta resultados positivos há 19 trimestres consecutivos, e mantém o ritmo de crescimento observado no primeiro trimestre do ano (6,3%). Entre as categorias de uso, bens de capital, que passou de 16,6%, no primeiro trimestre, para 17,5%, no segundo, e bens de consumo duráveis (de 13,7% para 14,1%) apontaram ligeiro ganho de ritmo, e prosseguem líderes da expansão industrial. Bens de consumo semi e não-duráveis (de 1,3% para 2,0%) também mostrou aceleração entre os dois períodos, mas permanece com desempenho abaixo da média da indústria. O segmento produtor de bens intermediários, o de maior peso na estrutura industrial, foi o único que desacelerou entre os dois trimestres, ao passar de 6,0% no período janeiro-março 2008 para 4,7% no período abril-junho 2008.

Produção industrial cresce 6,3% no primeiro semestre

No indicador acumulado do primeiro semestre do ano, a taxa global de 6,3% resultou, sobretudo, do predomínio de taxas positivas em 21 atividades pesquisadas, com a maior contribuição vindo de veículos automotores (18,4%), setor onde se observa avanço na produção em aproximadamente 90% dos 25 produtos acompanhados. Nessa comparação, também vale destacar os desempenhos de máquinas e equipamentos (9,4%); outros equipamentos de transporte (33,1%); metalurgia básica (7,6%); indústrias extrativas (6,4%); outros produtos químicos (5,4%); e borracha e plástico (9,0%). Em termos de produtos, os destaques nessas indústrias foram: automóveis, caminhões; aparelhos elevadores para transporte de mercadoria, máquinas para colheita; aviões, motocicletas; minérios de ferro; herbicidas, tintas e vernizes para construção; e tubos, canos e mangueiras flexíveis, e peças e acessórios de plástico para indústria automobilística.

O resultado do primeiro semestre de 2008 confirmou o padrão de crescimento da Indústria ao longo deste ano, com o maior dinamismo vindo dos setores produtores de bens de capital (17,1%) e de bens de consumo duráveis (13,9%), ambos com expansão de dois dígitos. No primeiro segmento, todos os subsetores mostraram taxas positivas, sinalizando aumento generalizado dos investimentos, com destaque para bens de capital para transporte (28,3%), para uso misto (7,6%), para energia elétrica (14,3%), para fins industriais (10,0%) e agrícolas (42,8%). Já a categoria de bens de consumo duráveis permaneceu com desempenho sustentado basicamente pelo avanço na produção de automóveis (20,9%), celulares (28,5%) e motocicletas (24,6%), todos respondendo a uma demanda interna significativa que, por sua vez, reflete a manutenção das condições favoráveis de crédito e a ampliação da massa salarial.

Abaixo do ritmo da indústria geral (6,3%) cresceram as categorias de bens intermediários (5,3%) e de bens de consumo semi e não-duráveis (1,7%). No primeiro setor, destacaram-se os desempenhos positivos dos subsetores de insumos industriais elaborados (5,4%) e de peças e acessórios para equipamentos de transporte industrial (11,8%). Nesses, sobressaíram as maiores produções dos itens herbicidas, celulose, cimento, e lingotes, blocos, tarugos de aços ao carbono, no primeiro subsetor; e de motores e chassis para caminhões e ônibus, no segundo. O grupamento de insumos para a construção civil, que acumulou acréscimo de 9,9% no primeiro semestre do ano, também contribuiu para a performance positiva desse segmento. Já a indústria de bens de consumo semi e não-duráveis (1,7%), que mostrou o crescimento mais moderado entre as categorias de uso nesse primeiro semestre, foi influenciada positivamente pelos incrementos em itens dos setores de alimentos (3,6%), farmacêutica (5,5%) e vestuário (6,7%). Por outro lado, foi pressionada negativamente pelos produtos dos ramos de calçados e artigos de couro (-3,9%), perfumaria, sabões e produtos de limpeza (-3,1%), fumo (-4,1%) e refino de petróleo e produção de álcool (-0,3%).

Pesquisa Industrial Mensal Produção Física – Brasil – Fonte IBGE

Base: Junho de 2008

Ricardo Bergamini
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http://paginas.terra.com.br/noticias/ricardobergamini

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