Caso Nassif e o Poder dos Bancos e da Justiça de Guerra no Brasil

Caso Nassif e o Poder dos Bancos e da Justiça de Guerra no Brasil

 

Jornalista dos mais respeitados é mais recente vítima dos usurpadores do poder, na República de Bananas cujas classes dominantes não se envergonham por expor ao mundo, cada vez mais, seu caráter autoritário

 

 "A pior ditadura é do Poder Judiciário; contra ela, não há a quem recorrer" (Rui Barbosa)

 

Edu Montesanti

 

O cerco contra Luiz Nassif, um dos jornalistas mais respeitados do Brasil e seu portal GGN pela moribunda "Justiça" tupiniquim, é parte de mais um capítulo trágico dos tempos obscuros que vivem o País sul-americano desde a Revolução Colorida de 2013, que abriu caminho para o golpe jurídico-parlamentar-midiático contra a ex-presidente Dilma Rousseff.

 

juizeco Leonardo Grandmasson Ferreira Chaves, da 32ª Vara Cível do Rio de Janeiro, praticou censura contra o GGN digna dos piores momentos da ditadura militar tão exaltada no Palácio do Planalto hoje em dia: Nassif foi intimado a apagar uma série de reportagens sobre vários contratos suspeitos envolvendo o banco BTG Pactual, sob pena de multa diária de 10 mil reais em caso de descumprimento.

 

Mais um exemplo dos inquisitores de toga no Brasil, e o poder dos bancos que elegem e derrubam governos. E pautam a grande mídia, evidentemente. Juntos, uma grande e velha máfia.

 

Jornalistas: Personae non Gratae

 

Virou hábito perseguir, imtimidar, humilhar, ameaçar institucionalmente jornalistas no Brasil. 

 

Pela Vaza-Jato, o jornalista americano residente no Rio de Janeiro, Glenn Greenwald, foi recentemente ameaçado pelo descarado vigarista travestido precariamente de bom moço, Sérgio Moro, a ter de abandonar o País, e intimidado pela "Justiça" ao ser arbitrariamente investigado sem nenhuma suspeita de crime. 

 

Na esteira da série de fatos "curiosos" que motivou refúgio político no início de 2018 deste comunicador que escreve, conforme reportagem publicada em Pravda Brasil intitulada Memórias de um Jornalista Brasileiro Exilado, neste 28 de agosto uma mensagem por correio eletrônico surpreendeu: dois anos e maio depois ter deixado o Brasil, a promotora de Justiça da cidade catarinense de Porto Belo rompeu o protocolo ao fazer comunicado oficial por correio eletrônico ao investigado.

 

Para informar, já confirmando as denúncias deste jornalista de que foi (e ate hoje tem sido, pelo teor da mensagem) investigado (o que eles descaradamente sempre deixaram claro, ao contrário dos motivos exatos), que o "caso" envolvendo este autor estava sendo arquivado. 

 

"Vulnerabilidade financeira não constatada, vive [sic, grifo nosso] em uma boa casa, boas condições familiares", informava a promotora, mencionando endereco que não corresponde desde abril de 2018.

 

O principal motivo que em três cidades diferentes em dois estados brasileiros por um ano e meio a Justiça utilizou como justificativa para vasculhar a vida deste comunicador intimidando, ameaçando, humilhando, negando direitos fundamentais (inclusive da filha recém-nascida), ilegalmente levando a assinar termo no Ministério Público em folha de papel simplesmente sem timbre para que informasse o órgão por eventual mudança de domicílio, foi: "verificar possível vulneravilidade social, e acompanhar a saúde da infante". 

 

Algumas perguntas óbvias colocam-se:

 

Possível vulnerabilidade financeira é mesmo caso de Justiça? Ser pobre é crime? Ou, apenas no caso de iniciativa do individuo, envolve assistência social? Não encontrado no endereço mencionado no ofício judicial, o Ministério Público seguirá a regra exigindo ilegal e arbitrariamente informação sobre a nova residência do investigado (e talvez denunciado) por pobreza? E se o investigado, agora sim no auto-exilio, estiver em condição financeira vulnerável? Deverá ser julgado, extraditado, julgado de novo e preso? 

 

Faltam criminosos - especialmente do "colarinho branco", inclusive e sobretudo entre eles mesmo - para se investigar no Brasil, e sobra tempo aos promotores e juízes?

 

Os justiceiros tupiniquins perderam, de vez, o mínimo pudor ao praticar toda a sorte de arbitrariedades? Neste caso, contra uma pessoa pública cujo principal oficio é, justamente, denunciar os crimes de um Estado terrorista. Coincidência?

 

Agora que, há exatos quatro anos depois que o terror foi iniciado, e por correio eletrônico reconhece-se que este jornalista não era um "pobre criminoso pobre", mas que vivia há duas quadras de uma das praias mais lindas e ricas do Brasil, quem vai responder por tanta intimidação e intimação para "prestar esclarecimentos" sobre onde e como vivia, para informar sobre possível atraso em pagamento de conta de luz (que nunca ocorreram) e informar a página no Facebook (que não existe)?

 

Por que a digníssima promotora jamais contacta este jornalista para dizer que, enfim, as denúncias deste pai justamente ao Ministerio Público contra a infante que dizem defender, foram acatadas? Retratando-se, assim, do que disse pessoalmente sua assistente na cidade catarinense de Itajaí: "Você [este que escreve] deve aceitar as coisas como são no Brasil", referindo-se à negligência médica denunciada (e não acatada) que colocou a vida da menor em sério risco, já sentenciando omissao do Ministério "Público" (pasmem!) diante da gravíssima denúncia.

 

Grave, no Brasil, é ser pobre - o que pesa contra o pobre.

 

Sim, o Brasil criminaliza a pobreza. Mentalidade elitista e escravocrata, colonizados culturalmente. Contudo, jamais a ponto de enviar representante do Ministério Público a cada esquina do País onde mães, sentadas, mendigam por moedas com seus filhos na calçada; muito menos, as casas dessas famílias miseráveis e sem acesso a cuidados com a saúde. 

 

Por que isso foi feito no caso deste comunicador que não enfrentava (ou não cometia o crime, segundo as mentalidades elitistas) vulneravilidade financeira? Por que houve necessidade de prestar contas por um ano e meio não apenas do endereço de residência, se pagava conta de luz em dia além de ser pedido perfil no Facebook (inexistente)? Por que vizinhos eram ndagados sobre a rotina deste comunicador, e solicitados a informar possível mudança de residência deste que escreve? Tudo para se investigar, por quase dois anos, uma pobreza (crime?) que não existia?

 

Que esperar de uma República de Bananas cujo capitão de boteco, ao visitar uma Catedral em Brasília, ameaçou arrebentar os dentes de um jornalista ao ser questionado por algo que, nos quatro cantos do amontado de terras chamado Brasil, está-se questionando, inclusive meios internacionais como The New York Times?

 

By the way, veja-se como o maior jornal do mundo reverberou, no último dia 28, os questionamentos em solo tupiniquim: 

 

'Uma Empresa Familiar:' Investigação por Corrupcao Ameaça Bolsonaro - Os brasileiros estão fazendo uma pergunta que pode ameaçar o futuro político do presidente Jair Bolsonaro: por que sua esposa e filho receberam pagamentos de um homem [Fabrício Queiroz] sob investigação por corrupção?

 

Poder Canalha

 

Quanto ao poder dos bancos, e a ditadura silenciosa que praticam no Brasil evidenciadas uma vez mais agora no caso Nassif.

 

Em julho de 2014, o BTG Pactual alcançou a cifra de 200 bilhões de dólares em ativos totais, o equivalente a mais de 1 trilhão de reais.  

 

Vale apontar que este autor também é vitima do poder altamente corrupto dos bancos. Neste caso particular, o segundo maior do Brasil.

 

A Livraria Cultura, cheia de glamour devido ao forte investimento em marketing, tem dado calote ao simplesmente nao reembolsar - e recusar-se a responder por isso - este jornalista pela comercializacao de seu livrinho. Sabedora de que no Brasil vale a lei do mais forte, e que a "lógica" do capitalismo faz com que este autor, ao processar a livraria, deva gastar mais financeiramente com advogados que com as migalhas que tem para receber da Cultura.

 

Com um detalhe: a Livraria Cultura pertence à família Setúbal, proprietária do Banco Itaú que financiou a campanha da Besta Nazista Jair Bolsonaro, e o próprio golpe militar de 1964.

 

Este autor, sozinho sem Ministério Público para velar por justiça, nem zelar pela saúde financeira de sua família neste caso.

 

"AOS AMIGOS, TUDO; AOS INDIFERENTES, A LEI; AOS INIMIGOS - ESPECIALMENTE NEGROS, HOMOSSEXUAIS E POBRES - TODO O RIGOR DA LEI." 

 

Pois o Brasil está tão perdido, levado ao caos pelos desavergonhados donos do poder o que era previsível, que os susurpadores do poder não se contentam mais em aplicar todo o rigor da lei às ameaças ao Estado depredador, corrupto e opressor por natureza: já não há mais lei. Fazem o que querem, quando bem entendem.

 

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey
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