Rússia reduziu suas reservas em dólar e títulos americanos

Existe o perigo de uma crise financeira internacional, em face dos problemas que apresentam os créditos hipotecários de alto risco nos Estados Unidos . Nas últimas semanas, a Reserva Federal dos EUA viu-se obrigada a injetar uns US$300 bilhões para impedir o colapso do dólar.

A situação é provocada com o corte dos impostos aos ricos e as baixas taxas de juros aos empréstimos. E há então as conseqüências internacionais e geopolíticas da crise : particularmente na Europa. No início de agosto o Banco Central Europeu lançou mão de US$130 bilhões em fundos de emergência. As bolsas europeias estão nervosas. Há perdas crescentes com o mercado de hipotecas americano. Mas baixar a taxa de juros nos Estados Unidos não é uma opção porque os chineses ameaçam afundar o dólar.

 No artigo de Ambrose Evans-Prichard, “ China threatens ‘nuclear option’ of dollar sales ”, soou mais um alarme. De acordo com Prichard .“ O governo chinês iniciou uma campanha combinada de ameaças econômicas contra os Estados Unidos, dando a entender que pode liquidar sua vasta quantidade de títulos do tesouro americano se Washington impuser sanções comerciais que forcem uma revalorização do yuan [moeda chinesa]”. Os chineses podem, efetivamente, ditar a política econômica dos Estados Unidos. “ Nós podemos destruir a sua moeda ”, dizem eles. “ Nós temos esta opção ”.

 De acordo com politólogo americano Jeffrey Nyquist,  ameaça chinesa nos faz recordar das declarações  do presidente russo Vladimir Putin. Falando em Munique no início deste ano, Putin parecia desprezar o poderio econômico dos Estados Unidos e da Europa, apontando para o surgimento de um novo bloco econômico associado à China.

 De acordo com Putin, “ O PIB combinado – medido em paridade de poder de compra – de países tais como Índia e China já é maior que aquele dos EUA. E, num cálculo similar, o PIB dos países que compõem o chamado BRIC – Brasil, Rússia, Índia e China – ultrapassa o PIB acumulado da UE. De acordo com especialistas, esta distância só tende a crescer no futuro ”.

Sem dúvida, Putin sente a força crescente de sua posição em aliança com a China. A crise financeira nos Estados Unidos tem implicações geopolíticas. O poderio militar se constrói e se assenta sobre um fundamento econômico.

 Portanto, o equilíbrio de poder pode ser alterado em breve. Não foi por acaso que a Rússia reduziu suas reservas em dólar e títulos americanos, sabendo que o dólar pode perder sua posição de primeiro meio de troca internacional a qualquer momento: um grande ataque terrorista, um fundo de hedge podre, um mês ruim na Bolsa de Nova York . A posição financeira dos Estados Unidos é frágil. E esta fragilidade deve, ao fim, levar a falência.

 Por Lyuba Lulko

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