Brasil: Emprego na indústria varia 0,1% em março

Indicador ficou estável na comparação mês sobre mês imediatamente anterior, na série sem os efeitos sazonais. Na comparação março 08/ março 07, o pessoal ocupado cresceu 2,9% e, no acumulado do ano, 3,0%. Os indicadores da folha de pagamento real mostraram altas de 2,7% na relação mês/mês imediatamente anterior, série ajustada, 8,7% na comparação com março/07 (abrangendo todos os 14 locais pesquisados) e 6,4% na comparação com igual trimestre do ano anterior.

PESSOAL OCUPADO ASSALARIADO

Em março, o emprego industrial apresentou variação de 0,1% em relação ao mês imediatamente anterior, na série livre de influências sazonais. Na comparação com igual mês do ano anterior, o pessoal ocupado cresce há vinte e um meses consecutivos, atingindo 2,9% frente a março de 2007. No fechamento do primeiro trimestre do ano, o aumento foi de 3,0% em relação a igual período do ano passado. A taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos doze meses, ficou praticamente estável entre fevereiro (2,5%) e março (2,6%).

O indicador de média móvel trimestral apresentou ligeira variação positiva (0,2%), após ficar estável nos dois últimos trimestres.

O crescimento de 2,9% no índice mensal decorreu do avanço, sobretudo, registrado em onze dos quatorze locais e doze dos dezoito segmentos pesquisados. Os locais responsáveis pelos principais impactos positivos foram: São Paulo (4,4%), Minas Gerais (3,6%), região Nordeste (3,0%) e região Norte e Centro-Oeste (3,2%). Na indústria paulista, entre os onze ramos que aumentaram o número de pessoas ocupadas, máquinas e equipamentos (14,9%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (20,3%) e meios de transporte (12,3%) exerceram as influências mais importantes no índice geral. Na indústria mineira, alimentos e bebidas (7,5%) e meios de transporte (16,2%) foram os destaques entre os onze segmentos com resultados positivos. Nas regiões Nordeste e Norte e Centro-Oeste, o aumento do emprego foi observado, predominantemente, em alimentos e bebidas, com 4,1% e 10,4%, respectivamente. Em sentido contrário, as pressões negativas vieram dos seguintes locais: Espírito Santo (-1,9%), Santa Catarina (-0,3%) e Ceará (-0,1%).

Ainda no confronto março 08/ março 07, no total do país, os principais impactos positivos vieram de máquinas e equipamentos (15,2%), meios de transporte (11,9%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (14,3%) e alimentos e bebidas (3,1%), enquanto, em sentido oposto, calçados e artigos de couro (-12,1%), vestuário (-4,2%) e madeira (-9,0%) exerceram as pressões negativas mais significativas.

No fechamento do primeiro trimestre de 2008 (3,0%), onze locais e onze ramos aumentaram o contingente de trabalhadores. No âmbito nacional, destacaram-se positivamente: máquinas e equipamentos (14,3%), meios de transporte (11,1%) e máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (13,7%). No corte regional, São Paulo (4,5%), região Nordeste (3,2%) e Minas Gerais (3,1%) exerceram as principais pressões positivas. A principal pressão negativa veio do Espírito Santo (-2,8%). Setorialmente, os destaques negativos foram calçados e artigos de couro (-11,3%) e vestuário (-4,0%).

Os índices de emprego mostram desaceleração entre os resultados do quarto trimestre de 2007 (3,5%) e do primeiro de 2008 (3,0%). Vale recordar que as contratações na indústria se concentram, tradicionalmente, no último trimestre do ano e que, em 2007, o resultado de 3,5% foi o segundo mais elevado da série, ficando abaixo do índice para o quarto trimestre de 2004 (4,1%). Assim, a taxa do primeiro trimestre de 2008 foi a terceira mais elevada da série do indicador trimestral e mostra que o nível do emprego na indústria permanece em patamar elevado. O movimento de redução no ritmo de crescimento deste indicador foi observado em dez setores e em sete locais, com destaque para: têxtil (de 0,8% para –4,1%), madeira (de –5,3% para –7,9%) e calçados e artigos de couro (de –9,1% para –11,3%), entre os ramos; e Paraná (de 4,9% para 2,9%), Santa Catarina (de 1,5% para 0,0%) e São Paulo (de 5,6% para 4,5%), entre as áreas investigadas.

Em síntese, os índices de março revelam um quadro positivo do emprego industrial, mas marcado por um menor ritmo de crescimento. Na série livre de influências sazonais, a média móvel trimestral apresentou variação positiva após dois trimestres de estabilidade. Na comparação com o trimestre imediatamente anterior, o pessoal ocupado cresce há cinco períodos consecutivos, mas apresentou significativa redução na velocidade de crescimento ao registrar 0,2% no primeiro trimestre do ano frente ao último de 2007 (1,1%).

NÚMERO DE HORAS PAGAS

O número de horas pagas aos trabalhadores da indústria, em março, apresentou queda de 0,9% em relação a fevereiro, na série livre dos efeitos sazonais, após crescer 1,7% no mês anterior. O indicador de média móvel trimestral assinalou a segunda variação positiva consecutiva (0,2%), acumulando acréscimo de 0,6% entre os trimestres encerrados em março e janeiro.

O confronto com igual mês do ano anterior registrou crescimento de 2,6%. O primeiro trimestre do ano ficou positivo tanto no confronto com igual período do ano anterior (2,9%), como na comparação com o trimestre imediatamente anterior (0,4%)–série com ajuste sazonal. No indicador acumulado nos últimos doze meses, a elevação de 2,3% mantém a trajetória ascendente, iniciada em setembro de 2006.

O número de horas pagas, segundo o indicador mensal, assinalou acréscimo de 2,6%. Esta performance foi decorrente dos avanços observados em onze dos quatorze locais e em treze dos dezoito ramos pesquisados. Em termos setoriais, as maiores pressões positivas vieram de máquinas e equipamentos (16,3%), meios de transporte (12,1%) e máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (12,1%). Em sentido contrário, calçados e artigos de couro (-13,5%) e madeira (-10,9%) exerceram as contribuições negativas mais relevantes.

Ainda na comparação com março de 2007, os locais que assinalaram os maiores impactos positivos no resultado nacional foram São Paulo (4,2%), região Nordeste (4,3%) e Minas Gerais (3,5%). Em São Paulo, treze segmentos aumentaram o número de horas pagas, com destaque para máquinas e equipamentos (15,5%), meios de transporte (13,6%) e máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (16,2%). Na indústria nordestina, alimentos e bebidas (9,1%) e refino de petróleo e produção de álcool (17,7%) exerceram as principais contribuições positivas; e em Minas Gerais, o segmento de máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (27,7%) foi a pressão positiva mais relevante. A principal influência negativa no cômputo geral veio do Espírito Santo (-3,0%), onde vestuário (-8,9%) sobressaiu entre os impactos negativos.

O indicador acumulado no primeiro trimestre de 2008, em relação a igual período do ano passado, cresceu 2,9%, com resultados positivos em onze ramos e doze locais. No corte setorial, os impactos positivos mais expressivos vieram de máquinas e equipamentos (15,3%), meios de transporte (12,1%) e produtos de metal (10,8%). Por outro lado, as principais contribuições negativas vieram de calçados e artigos de couro (-12,7%) e madeira (-9,1%). Regionalmente, as influências positivas mais importantes no resultado global foram São Paulo (4,3%) e região Nordeste (3,5%). Em sentido contrário, Espírito Santo (-3,0%) foi a única pressão negativa.

Em bases trimestrais, após apresentar acréscimos frente a período anterior ao longo de 2007 (0,8% no primeiro, 1,4% no segundo, 2,0% no terceiro e 2,8% no quarto trimestres), o índice de janeiro-março deste ano (2,9%) mantém o ritmo de crescimento observado no último trimestre de 2007.

FOLHA DE PAGAMENTO REAL

Em março, o índice valor da folha de pagamento real dos trabalhadores da indústria, ajustado sazonalmente, cresceu 2,7% em relação ao mês imediatamente anterior, após recuo de 0,1%. Com isto, o indicador de média móvel trimestral avançou 1,4% entre os trimestres encerrados em fevereiro e março, assinalando a segunda taxa positiva consecutiva e acumulando 1,8% no período.

No confronto com março de 2007, a folha de pagamento real cresceu 8,7%. O acumulado no primeiro trimestre avançou 6,4% em comparação com o mesmo período do ano anterior e 1,5% em relação ao último trimestre de 2007 (série ajustada sazonalmente). A taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos doze meses, passou de 5,5% em fevereiro para 5,9% em março, voltando a apresentar crescimento, após recuo de 0,1% em fevereiro, que interrompeu trajetória ascendente iniciada em dezembro de 2006 (1,3%).

A folha de pagamento real de março mostrou incremento de 8,7% em relação a igual mês do ano anterior, assinalando a vigésima quarta taxa positiva consecutiva. Houve crescimento em todos os locais pesquisados, com destaque para São Paulo (9,6%), por conta dos resultados em meios de transporte (18,0%), produtos químicos (18,6%) e máquinas, aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (14,1%). Em seguida, vieram Minas Gerais (12,6%), destaque para metalurgia básica (20,1%), minerais não-metálicos (26,6%) e máquinas, aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (35,1%); e Região Nordeste (9,9%), devido aos acréscimos em alimentos e bebidas (13,5%), máquinas e equipamentos (35,3%) e refino de petróleo e produção de álcool (22,2%).

Em termos setoriais, ainda no indicador mensal, a folha de pagamento real avançou em quinze das dezoito atividades. As maiores influências vieram de meios de transporte (16,0%), máquinas e equipamentos (10,6%), produtos químicos (12,4%) e metalurgia básica (15,4%). Os recuos foram observados em calçados e couro (-8,6%), têxtil (-1,8%) e madeira (-2,6%).

Na comparação contra igual trimestre do ano anterior, verificam-se taxas positivas há dezessete trimestres seguidos. Na passagem do último trimestre de 2007 (6,5%) para o primeiro trimestre de 2008 (6,4%), o ritmo deste indicador ficou praticamente estável. Entre os setores, os movimentos a destacar são os seguintes: indústrias extrativas (que passou de 17,0% no quarto trimestre de 2007 para –5,7% no primeiro trimestre de 2008) e produtos químicos (de 14,5% para 6,9%). Entre os locais, vale citar Rio de Janeiro (de 6,3% para 2,0%) e Rio Grande do Sul (10,6% para 6,9%). Do lado positivo, máquinas e equipamentos (de -1,2% para 8,9%) e borracha e plástico (de -0,2% para 5,3%) exibiram os maiores ganhos salariais, enquanto, entre os locais, destacaram-se Pernambuco (de 4,0% para 14,5%) e Paraná (de 2,7% para 6,9%).

O indicador acumulado no primeiro trimestre cresceu 6,4%, com a contribuição positiva de treze locais.Os maiores impactos positivos para o crescimento da folha de pagamento real vieram de São Paulo (8,0%), Minas Gerais (6,2%) e Rio Grande do Sul (6,9%), onde se destacaram, respectivamente, meios de transporte (15,2%) e produtos químicos (11,6%); meios de transporte (17,3%) e metalurgia básica (8,2%); e produtos de metal (42,7%) e máquinas e equipamentos (20,2%). Em sentido oposto, a única retração veio do Espírito Santo (-0,9%), por conta de indústria extrativa (-5,6%) e máquinas e equipamentos (-11,0%).

Em termos setoriais, treze segmentos mostraram expansão no valor da massa salarial, com destaque para meios de transporte (14,2%), máquinas e equipamentos (8,9%) e produtos de metal (13,5%). Do lado negativo, as maiores reduções foram assinaladas por indústria extrativa (-5,7%) e calçados e artigos de couro (-7,5%).

Prof. Dr. Ricardo Bergamini

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey
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