Produção Industrial variou 0,2% em Abril

Em abril de 2008, a produção industrial variou 0,2% frente a março, na série com ajuste sazonal. Na comparação com abril de 2007, houve expansão de 10,1%. A indústria cresceu 7,3%, no acumulado para o primeiro quadrimestre de 2008, e no acumulado nos últimos dozes meses registrou crescimento de 7,0%, que sinaliza maior ritmo de crescimento em relação à taxa do mês anterior (6,6%).

A virtual estabilidade na atividade industrial, na passagem de março para abril, refletiu a maior concentração de setores que expandem a produção (16) do que os que apresentam decréscimo (11), entre os vinte e sete ramos pesquisados. Entre as indústrias que aumentaram a produção, o desempenho de maior importância para o resultado global veio de refino de petróleo e produção de álcool (7,3%), que recupera, em parte, o recuo de 10,0% do mês anterior, por conta de uma parada técnica em uma unidade do setor. Vale destacar, também, o comportamento da farmacêutica (8,1%), veículos automotores (2,3%) e alimentos (2,0%). Em contrapartida, outros produtos químicos (-6,7%), seguido por bebidas (-9,0%) e material eletrônico e equipamentos de comunicações (-4,7%) exerceram as principais pressões negativas.

Ainda na comparação com o mês anterior, nos índices por categorias de uso, bens de capital, com avanço de 1,6%, foi a única que mostrou crescimento, completando seqüência de quatro meses de taxas positivas, período que acumulou ganho de 7,2%. Bens de consumo duráveis recuou 1,9%, após seqüência de três taxas positivas, acumulando 8,9% nesse período. O setor de bens de consumo semi e não-duráveis assinalou decréscimo de 1,5%, revertendo a expansão de 2,6% registrada em março, enquanto bens intermediários (-0,2%) ficou virtualmente estável nessa comparação.

Em relação a abril de 2007 o setor industrial registrou expansão de 10,1%, maior taxa desde outubro de 2007 (10,5%). Vale ressaltar neste resultado, a influência de um dia útil a mais em abril de 2008 (21 dias), em relação a abril de 2007 (20 dias). Neste índice, o perfil de crescimento foi generalizado atingindo vinte e uma das vinte e sete atividades e 64% dos produtos pesquisados. As maiores influências positivas sobre a taxa global vieram, por ordem de importância, de veículos automotores (28,0%), máquinas e equipamentos (16,6%), outros equipamentos de transporte (54,8%), farmacêutica (28,5%) e alimentos (6,9%). Entre as seis atividades que mostraram recuo em relação a abril de 2007, a de maior impacto negativo na formação da média global foi a de bebidas (-4,2%), seguida por edição e impressão (-1,7%) e fumo (-3,9%).

A expansão registrada no índice mensal de abril (10,1%) superou o ritmo de crescimento observado no primeiro trimestre do ano (6,4%). Vale ratificar que a diferença no número de dias trabalhados em abril deste ano é um aspecto relevante neste resultado. A aceleração entre esses dois períodos esteve presente em três das quatro categorias de uso, porém foi mais intensa no segmento de bens de capital, que após acréscimo de 17,3% no primeiro trimestre, registrou taxa de 30,1% em abril.

Neste movimento destacou-se, sobretudo, o comportamento de bens de capital para uso misto, cuja taxa passou de 6,2%, no período janeiro-março, para 26,7% em abril, e de bens de capital para transporte (de 29,0% para 42,3%), influenciados, respectivamente, pela maior produção de itens associados à telefonia celular e à fabricação de aviões. O setor de bens de consumo duráveis também mostrou aceleração entre os dois períodos (de 13,7% para 22,4%) com destaque, sobretudo, para a expansão em automóveis, cuja taxa passou de 20,3%, no período janeiro-março, para 36,0% em abril, seguido por telefones celulares (de 25,3% para 37,5%) e eletrodomésticos da “linha branca” (de 5,1% para 18,3%). Vale citar que a produção de automóveis vem assinalando crescimento a dois dígitos há doze meses e registrou em abril a taxa mais elevada desde agosto de 2004 (48,1%). O segmento de bens de consumo semi e não-duráveis também mostrou aceleração embora de forma moderada (de 1,2% para 5,3%), enquanto bens intermediários manteve o mesmo ritmo entre os dois períodos (de 6,0% para 5,9%).

Na comparação com abril de 2007, as categorias de bens intermediários (5,9%) e de bens de consumo semi duráveis e não-duráveis (5,3%) cresceram abaixo da média (10,1%). Na primeira, os destaques positivos foram produtos dos setores de metalurgia básica (9,1%), de veículos automotores (16,3%) e de borracha e plástico (14,7%), em especial os seguintes itens: relaminados de aço; eixos e semi-eixos; peças e acessórios plásticos para indústria automobilística e pneus.

Também apresentaram resultados positivos os insumos da construção civil (11,0%) e do segmento de embalagens (11,2%). Por outro lado, o desempenho dos bens intermediários do setor de refino de petróleo e produção de álcool (0,4%), com taxa bem abaixo do total da categoria, e o recuo de bens intermediários do setor de outros produtos químicos (-0,8%) impediram um resultado global da categoria mais expressivo. A taxa de 5,3% registrada pelo segmento de bens de consumo semi duráveis e não-duráveis foi influenciada positivamente por outros não-duráveis (6,5%) e alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (5,0%), com destaque, respectivamente, para os itens medicamentos; e biscoitos e bolachas. O único impacto negativo veio do subsetor de carburantes (-1,2%), com recuo no item gasolina.

O crescimento de 7,3% no indicador acumulado nos quatro primeiros meses do ano, contra igual período de 2007, atingiu vinte e um setores e as quatro categorias de uso. No corte por atividades, a liderança permanece com veículos automotores (21,7%), seguido por máquinas e equipamentos (12,8%). Vale, ainda, citar os impactos positivos de outros equipamentos de transporte (34,1%), metalurgia básica (8,1%) e outros produtos químicos (6,9%). Nesses setores, os itens de maior destaque foram automóveis e caminhões; aparelhos elevadores ou transportadores e centro de usinagens; aviões e motocicletas; lingotes, blocos e tarugos de aço e relaminados de aço; e herbicidas e tintas e vernizes. Por outro lado, o ramo de máquinas para escritório e equipamentos de informática (-8,3%) exerceu a principal pressão negativa, devido ao recuo na produção de monitores e impressoras.

A análise do indicador acumulado no ano, a partir dos índices por categorias de uso, mostra que bens de capital (20,5%) prosseguiram com a taxa mais elevada, seguida por bens de consumo duráveis (15,9%), ambas com desempenhos bem acima da média nacional (7,3%). Os segmentos de bens intermediários e de bens de consumo semi e não-duráveis também cresceram, mas com taxas abaixo da média (6,0% e 2,2%, respectivamente).

Em síntese, a atividade industrial manteve, em abril, o quadro de estabilidade em patamares elevados. O crescimento de 10,1% em abril 2008/abril 2007 deve ser relativizado, uma vez que há a diferença de número de dias trabalhados; para essa mesma comparação, a série ajustada sazonalmente apontou crescimento de 5,9%. Na análise dos índices por quadrimestre, observou-se seqüência de quatorze taxas positivas, com trajetória ascendente desde o início do ano passado. Nesses primeiros quatro meses do ano, frente a igual período de 2007, a indústria assinalou aumento de 7,3% e manteve ritmo igual ao do terceiro quadrimestre

Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey
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